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RIO
Restauração do prédio custou R$ 28,5 milhões; reinauguração será no dia 20
Antiga Casa da Moeda vira arquivo
RAFAEL CARIELLO
DA SUCURSAL DO RIO
Dois prédios tombados pelo patrimônio histórico no Rio -a antiga sede da Casa da Moeda e o palácio de residência da família imperial-, próximos no estilo e na
importância para a história do
país, têm projetos de recuperação
em situações bem diversas.
O prédio da Casa da Moeda, no
centro do Rio, foi restaurado nos
últimos dois anos, com investimento de R$ 28,5 milhões, e será
reinaugurado pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso na
próxima quarta-feira.
O Museu Nacional da Quinta da
Boa Vista -antigo Paço de São
Cristóvão-, na zona norte, não
tem previsão de término das
obras de recuperação do edifício,
iniciadas há sete anos e orçadas
em R$ 19,5 milhões. Até agora, recebeu cerca de R$ 4 milhões.
Os dois conjuntos neoclássicos
são do século 19. A Casa da Moeda
servirá como nova sede do Arquivo Nacional. Maior instituição do
gênero na América Latina, o arquivo abriga documentos da história brasileira, como os originais
das Constituições e a Lei Áurea.
Desde 1985, após a transferência
da Casa da Moeda do Brasil para
instalações maiores, na zona oeste, o arquivo passou a ocupar o
prédio anexo à construção.
O anexo, construído nos anos
70 para a fabricação de papel-moeda, oferecia pela primeira vez
ao arquivo, desde sua criação, em
1838, condições para a conservação e catalogação de documentos.
A idéia de transferir o acervo
para o prédio histórico vem desde
aquela época, mas a reforma só
tomou impulso em 2000. Segundo conta o diretor da instituição, o
historiador Jaime Antunes, foi
após uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, no final daquele ano, que
surgiram as parcerias com sete
empresas estatais, que financiaram a quase totalidade das obras.
"Preocupe-se apenas com o
projeto e deixe que o dinheiro eu
arrumo", teria dito o ministro, segundo Antunes. O Arquivo Nacional é um órgão federal ligado
diretamente à Casa Civil.
Contribuíram para o projeto a
Petrobras, com cerca de R$ 14 milhões; o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social), com R$ 5,2 milhões; a
Eletrobrás e os Correios, com R$ 2
milhões cada; Furnas e a Caixa
Econômica Federal, com R$ 1,5
milhão cada; e o Banco do Brasil,
com outros R$ 2 milhões. As
obras também contaram com
apoios financeiros do Banco Itaú,
da CEG (Companhia Estadual de
Gás) e da Casa da Moeda.
A nova sede terá climatização e
adaptação da luz nas salas de depósito, para oferecer condições
ideais de armazenamento e conservação aos documentos.
As boas condições de trabalho
talvez ajudem Antunes a esquecer
a situação vivida até 85, quando a
sede do arquivo ocupava um prédio da mesma praça da República. Na época, muitos documentos
se perdiam por problemas de organização e infiltrações.
Museu Nacional
As dificuldades para o Museu
Nacional, vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), têm sido maiores. Em 95,
mesmo ano em que problemas no
teto fizeram uma múmia egípcia
ser danificada, o museu fez um
acordo com a Petrobras e os ministérios da Cultura e da Educação para restaurar o prédio em
que morou a família imperial.
A UFRJ forneceria R$ 1,5 milhão, os ministérios investiriam
cada um R$ 4,5 milhões, a Petrobras outros R$ 4,5 milhões e uma
quarta cota de mesmo valor seria
buscada na iniciativa privada.
Até agora, segundo Sérgio Alex
de Azevedo, diretor do museu,
apenas a UFRJ e a Petrobras (com
o investimento até o momento de
50% do que foi projetado) contribuíram para a restauração.
O acervo do museu tem coleções que pertenceram a d. Pedro
2º, incluindo peças egípcias, romanas, gregas e de culturas indígenas brasileiras. A restauração
do teto, diz Azevedo, só deve ficar
pronta no ano que vem.
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