São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 2002

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Sede é marco de modernização

DA SUCURSAL DO RIO

A mudança do Arquivo Nacional para a nova sede marca a conclusão de um processo de modernização que acompanhou o aumento de cursos de pós-graduação em história no país, nos anos 80 e 90, e a profissionalização do ofício de historiador.
A mudança do arquivo, na década de 80, para sua primeira sede com condições técnicas para a conservação e a catalogação de documentos coincide com a produção da primeira geração de historiadores a fazerem uso sistemático de grandes corpos documentais no país. "A profissionalização do arquivista é um fenômeno dos anos 70 e 80, e a explosão da produção da história é dos anos 80 e 90. São dois processos paralelos", diz o historiador Manolo Florentino, professor da UFRJ.
Segundo Florentino, o recurso às fontes primárias de maneira intensiva é fenômeno recente na produção de historiadores brasileiros. "A historiografia brasileira foi calcada, até os anos 70, fundamentalmente em cronistas. Eles tinham as fontes, muitas vezes, nas suas próprias casas."
Em 1970, o arquivo atendeu 3.045 pedidos de consultas de documentos; em 1980, 6.542; em 1990, 8.165; e em 2000, 17.707.
O atual diretor do arquivo, Jaime Antunes, afirma que a instituição sofreu "um boom de modernização" nos anos 80.
Florentino defende que a modernização deve continuar e critica o "excesso de burocracia" que ainda existe para a reprodução de documentos. "Não nos deixam reproduzir com câmeras digitais os documentos consultados sem agendamento prévio. Mudou a tecnologia, e eles continuam com o mesmo procedimento do tempo da fotografia de película", diz.
O diretor do arquivo afirma, no entanto, que o pesquisador "não pode chegar e sair clicando". Segundo ele, certos flashes podem danificar os documentos.







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