|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sede é marco de modernização
DA SUCURSAL DO RIO
A mudança do Arquivo Nacional para a nova sede marca a conclusão de um processo de modernização que acompanhou o aumento de cursos de pós-graduação em história no país, nos anos
80 e 90, e a profissionalização do
ofício de historiador.
A mudança do arquivo, na década de 80, para sua primeira sede
com condições técnicas para a
conservação e a catalogação de
documentos coincide com a produção da primeira geração de historiadores a fazerem uso sistemático de grandes corpos documentais no país. "A profissionalização
do arquivista é um fenômeno dos
anos 70 e 80, e a explosão da produção da história é dos anos 80 e
90. São dois processos paralelos",
diz o historiador Manolo Florentino, professor da UFRJ.
Segundo Florentino, o recurso
às fontes primárias de maneira intensiva é fenômeno recente na
produção de historiadores brasileiros. "A historiografia brasileira
foi calcada, até os anos 70, fundamentalmente em cronistas. Eles
tinham as fontes, muitas vezes,
nas suas próprias casas."
Em 1970, o arquivo atendeu
3.045 pedidos de consultas de documentos; em 1980, 6.542; em
1990, 8.165; e em 2000, 17.707.
O atual diretor do arquivo, Jaime Antunes, afirma que a instituição sofreu "um boom de modernização" nos anos 80.
Florentino defende que a modernização deve continuar e critica o "excesso de burocracia" que
ainda existe para a reprodução de
documentos. "Não nos deixam
reproduzir com câmeras digitais
os documentos consultados sem
agendamento prévio. Mudou a
tecnologia, e eles continuam com
o mesmo procedimento do tempo da fotografia de película", diz.
O diretor do arquivo afirma, no
entanto, que o pesquisador "não
pode chegar e sair clicando". Segundo ele, certos flashes podem
danificar os documentos.
Texto Anterior: Rio: Antiga Casa da Moeda vira arquivo Próximo Texto: Livros Jurídicos Índice
|