São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENSINO PRIMÁRIO

Garoto foi visto ao sair da escola, diz vice-prefeito de Nova Odessa; mãe diz que menino foi deixado atrás da porta

Professora nega ter deixado aluno de castigo

TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA ODESSA

Depois da versão da mãe e do registro de ocorrência na polícia, a professora de um garoto de sete anos negou que o tenha colocado de castigo atrás de uma porta da sala de aula, em Nova Odessa (126 km a noroeste de São Paulo).
A punição teria acontecido porque a criança esqueceu de devolver um livro para a biblioteca, na sexta. O menino, segundo a mãe, passou mais de quatro horas no local e só foi encontrado às 19h20.
As declarações da educadora, que não teve o nome revelado, foram transmitidas pelo vice-prefeito, Luciano Domiciano. Segundo ele, a professora viu o aluno sair da escola municipal de educação fundamental Saline Abdo com os demais alunos às 17h55. As aulas terminam às 18h.
No boletim de ocorrência registrado pela mãe do menino depois de encontrá-lo atrás da porta, o garoto relata que a professora passou por ele, ao ir embora, e disse que permanecesse no lugar, que ela o buscaria mais tarde.
A prefeitura confirmou ontem o afastamento da professora por 30 dias até que a sindicância instaurada conclua as investigações.
Ainda de acordo com a versão da professora transmitida por Domiciano, o erro dela foi não ter retornado para confirmar se algum dos seus 30 alunos não teria ficado para trás antes de fechar a sala de aula e apagar as luzes.
A prefeitura informou que ela tem mais de seis anos de experiência e nunca foi alvo de queixas. Ela continuará recebendo o salário pelo tempo de afastamento. Se for apurado que castigou o aluno, a professora deverá ser exonerada.
Na sexta, depois do recreio, por volta das 15h, a criança teria sido colocada de castigo. O garoto teria sido localizado pela mãe, que só entrou na escola porque uma cunhada dela é zeladora do prédio e abriu o portão. As duas encontraram o garoto ainda atrás da porta, sentado no chão e abraçando as pernas dobradas.
"O garoto realmente foi encontrado atrás da porta, quando entramos na sala. Ele havia passado mal e vomitado", disse a zeladora da escola, Claudete Souza, ontem para a Agência Folha.
A zeladora afirmou que ela e a cunhada levaram o menino a um posto médico, onde recebeu um calmante. Depois, foram registrar boletim de ocorrência. No caminho, encontraram o coordenador de educação da prefeitura, Assis das Neves Grilo, que as acompanhou até a polícia.


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Biblioteca virtual: Portal gratuito do MEC com livros é tirado do ar por excesso de usuários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.