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CFM também quer rito sumário
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Federal de Medicina apóia a criação de medidas para acelerar a punição de médicos
que fazem propagandas indevidas, afirma Antônio Gonçalves
Pinheiro, vice-presidente do órgão. Ele diz que aguarda o envio
da proposta de São Paulo para levar a medida ao seu plenário e
torná-la regra para todo o país.
"O infrator espera hoje três,
quatro anos [para o fim da investigação] e vai repetindo a irregularidade", afirmou Pinheiro. Ele vê,
na publicidade médica indevida, a
vulgarização do exercício da medicina, com prejuízo ao paciente
-que espera muito- e ao profissional, que depois poderá ser
cobrado até na Justiça. "A curto
prazo isso se volta contra ele."
Chegam ao CFM somente os casos de punições em que o médico
acusado decide recorrer da decisão dos conselhos regionais.
Só neste ano, diz Pinheiro, cerca
de 40 casos de publicidade irregular foram julgados pela instância
federal e, na maioria, houve confirmação da condenação. Não há
registro até hoje da punição mais
severa -a cassação do registro
profissional. Os casos mais graves
de punição foram feitos via censura pública, divulgada em jornais de grande circulação.
Segundo Pinheiro, o número de
casos relacionados a publicidade
irregular vem aumentando nos
últimos três anos e o conselho enfrenta dificuldades especialmente
para combater os abusos da internet, onde é possível encontrar diversas clínicas que mostram o
chamado "antes e depois" de cirurgias e anunciam o parcelamento dos procedimentos.
Os anúncios de parcelamento
são indevidos, diz Itamar Stocchero, da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, por criarem
concorrência desleal.
"Eles mudam os sites da noite
para o dia, não conseguimos dar
conta", diz Pinheiro.
Ontem, a reportagem tentou
ouvir duas clínicas que usam o
"antes e depois" em seus sites,
mas elas não quiseram dar declarações. Segundo a assessoria de
imprensa de uma delas, a Clínica
Integrada de Cirurgia Plástica de
São Paulo, o site da empresa está
desatualizado e será relançado,
sem o "antes e depois", em janeiro.
(FL)
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