São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 2005

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OUTRO LADO

Secretaria diz ter aberto vagas e promete mais penitenciárias

DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria de Defesa Social de Minas afirma ter ampliado o sistema penitenciário neste ano, o que fez cair para 4.700 o déficit de vagas para presos que cumprem pena em unidades da Polícia Civil.
A pasta diz que abrirá novas 3.540 vagas até março de 2006. Até lá, segundo a secretaria, cinco novas penitenciárias estarão em funcionamento e centros provisórios serão ampliados.
Questionada sobre esse número, a secretaria não soube precisar se 4.700 é a quantidade exata de condenados em delegacias.
Isto porque houve transferências de detentos entre unidades da secretaria e da Polícia Civil. Além disso, muitos presos já condenados permanecem em delegacias porque aguardam julgamento em outros processos.
Segundo a pasta, só neste ano foram designados para penitenciárias mais de R$ 172 milhões, sendo R$ 100 milhões quase que somente para abrir vagas.
A secretaria diz ainda que nunca um governo investiu tanto no sistema penitenciário como o atual. A Folha tentou ouvir o chefe da Polícia Civil, Otto Ferreira Filho, mas ele não atendeu.

Interior
A situação nas carceragens da Polícia Civil no interior do Estado também é caótica. Em Juiz de Fora, por exemplo, o Ceresp (Centro de Remanejamento de Presos) mantém 720 detentos em um espaço para 240. A superlotação foi denunciada recentemente pela vereadora Nair Guedes (PC do B)
Em Governador Valadares, a superlotação da carceragem tem feito com que policiais civis e militares sejam deslocados das ruas para guardar as cadeias. A delegacia tem 358 presos em 240 vagas.
Em setembro, houve rebelião na cadeia de Alfenas. Os presos quebraram grades e a parte hidráulica, queimaram colchões, arrancaram a fiação e entupiram os vasos sanitários. Ali cabem 35, mas havia 102 detentos no dia do motim.


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