FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Considerada uma das melhores escolas de São Paulo, o Cefet-SP (Centro Federal de Educação Tecnológica) está com as aulas paralisadas há dois meses e meio, devido a uma greve de docentes e de funcionários. Pais e alunos exigem o retorno das atividades.
A greve na Cefet faz parte de um movimento nacional da categoria, que envolve escolas básicas e profissionalizantes mantidas pelo governo federal. Ao todo, o sistema tem 153 mil estudantes. As duas categorias possuem pautas de reivindicação semelhantes, mas o Ministério da Educação (MEC) negocia de forma separada com elas.
Os servidores pedem, entre outras coisas, 18% de reajuste no salário-base e a criação de uma nova classe na carreira, o que ajudaria na evolução profissional.
O MEC oferecia aumento nas gratificações e aceitava a criação dessa classe. Mas ontem, após mais uma reunião em que não houve acordo, a pasta decidiu retirar a sua proposta e deixou a cargo dos grevistas a elaboração de um novo projeto de reajuste, desde que ele fique dentro dos R$ 100 aos quais a área econômica do governo Lula destinou ao MEC para essa negociação.
Pais e alunos do Cefet-SP intensificaram nesta semana a pressão para que as aulas sejam retomadas. Anteontem, os pais se reuniram e fizeram um abaixo-assinado exigindo o fim da greve.
O diretor-geral do Cefet-SP, Garabed Kenchian, afirma que, se aulas retornarem imediatamente, será possível recuperar o calendário letivo antes do período de inscrição nas universidades. Cerca de 85% dos docentes aderiram à greve no colégio.
O Cefet-SP possui 5.500 alunos, distribuídos nos cursos de tecnologia, licenciatura, técnico e médio. Esta última modalidade ficou em 3º lugar no ranking feito pelo Datafolha neste ano que identificou quais escolas têm o maior número de aprovados nas carreiras mais disputadas da USP.


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