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NARCOTRÁFICO
Diretor antidroga dos EUA critica postura do Brasil
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
Considerado o "czar" dos EUA
na guerra às drogas, John Walters
desenhou ontem um cenário bem
diferente do visto pelas autoridades brasileiras: o Brasil desponta
hoje como o provável terceiro
maior consumidor mundial de
drogas -depois de EUA e Europa-, mas, segundo ele, não dá
atenção ao problema.
"Esse é um problema horrível,
então acho que, algumas vezes, os
governos ficam chocados tanto
quanto os indivíduos. Mas isso [o
consumo de cocaína no Brasil]
também é um problema", disse.
A prioridade do governo brasileiro é combater o álcool. A Senad
(Secretaria Nacional Antidrogas)
nega que haja um grande consumo de drogas ilícitas no país e, ao
combatê-las, foca nas rotas internacionais -que fazem a cocaína
e a maconha passarem pelo Brasil-, não no consumo interno.
Walters critica esse enfoque.
Ele dirige o Escritório Nacional
de Políticas de Controle das Drogas da Casa Branca, subordinando-se diretamente ao presidente
George W. Bush.
Para ela, a maior parte da maconha e da cocaína consumida no
Brasil é produzida na Bolívia e no
Paraguai. "O aumento da cocaína
entrando no Brasil nos últimos
anos tem sido mais da Bolívia do
que da Colômbia. E o governo
brasileiro tem trabalhado com a
Bolívia e outros países para cortar
isso", disse, sobre as ações para
bloquear as rotas internacionais.
Ao apresentar resultados do
Plano Colômbia, Walters disse
que a erradicação de plantações
de coca naquele país e a elevação
da segurança nas fronteiras dos
EUA (maior consumidor mundial) geraram abundância da droga em outros países.
"Nesse período, vimos uma
maior disponibilidade de cocaína
na Europa, um maior abuso de
cocaína no Brasil, tornando-se a
terceira maior nação consumidora no mundo, de acordo com organismos internacionais", disse.
Procurado, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República não se pronunciou
até a conclusão desta edição.
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