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Condomínio em que vivia Abadía sofre onda de furtos
Crimes, sempre cometidos em feriados, tiveram início após prisão do traficante
Nas casas, na Aldeia da Serra, só são vasculhados suítes e escritórios e levados dinheiro e jóias; polícia afirma que apuração está "adiantada"
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma seqüência de furtos
qualificados, sempre cometidos em feriados prolongados e
nas mesmas circunstâncias,
tem alertado moradores de
dois condomínios de luxo de
Aldeia da Serra (Grande São
Paulo). Curiosamente, os crimes começaram depois da prisão do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez
Abadía, ex-morador do local,
embora as vítimas não vejam
relação direta entre os casos.
Abadía foi preso pela Polícia
Federal no início de agosto em
sua casa de 1.800 m2, avaliada
em cerca de R$ 2 milhões, no
condomínio Morada dos Lagos. Só nesse residencial, foram
sete casas furtadas.
Incluindo os furtos no condomínio Morada das Flores,
que fica ao lado, foram 11 casos
desde setembro -todos ocorridos em feriados prolongados:
Sete de Setembro, 12 de Outubro e Finados (2 de novembro).
Os moradores estimam um
prejuízo de R$ 650 mil. Em
apenas uma das casas foram levados R$ 150 mil em dinheiro.
Para o advogado Paulo Morais, morador do local e que lidera um grupo de vizinhos para
discutir as condições de segurança do condomínio, a exposição do alto padrão das casas
após a prisão de Abadía chamou a atenção de criminosos.
Como nos condomínios há
um forte esquema de segurança com muros altos e aramados
e vigilantes armados (só no Lagos são 25 seguranças para 200
casas), a suspeita das famílias é
a de haver colaboração de moradores ou de funcionários.
"Tomamos todos os cuidados possíveis para não acontecer de novo", diz o desembargador Armando Sérgio Prado
de Toledo, presidente do conselho diretivo dos moradores.
A segurança do condomínio é
feita por homens contratados
pelos próprios moradores.
O que reforça a suspeita de
participação de pessoas de
dentro dos condomínios são as
ameaças sofridas por um grupo
de moradores que se organizou
para estudar medidas de segurança. "Ninguém, além dos
moradores, sabe desse grupo.
Ele falam em parar de mexer
com isso ou poderão acontecer
coisas com eles ou com os familiares", diz Morais.
Os ladrões também deviam
saber, o que reforça a tese de
participação interna, que nos
condomínios não há um circuito interno de TV que poderia
ajudar na identificação.
A suspeita dos moradores é a
de ser o mesmo grupo o responsável por todos os furtos.
Os crimes ocorreram sempre
quando os proprietários não
estavam, com arrombamento
de portas ou acesso pelas janelas destravadas. As casas não
têm grades nas janelas.
Embora houvesse outros objetos de valor, os ladrões vasculharam apenas escritórios e
suítes. E só levaram dinheiro e
jóias, mas não aleatoriamente.
Num dos casos, apenas produtos da joalheria americana Tiffany & Co foram levados, apesar de estarem juntas de jóias
nacionais, da Vivara.
Por meio da secretaria da Segurança, o delegado Hélio
Bressan, de Barueri, afirmou
que as investigações estão
"adiantadas", mas que não poderia dar detalhes para "não
prejudicar as investigações".
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