São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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Condomínio em que vivia Abadía sofre onda de furtos

Crimes, sempre cometidos em feriados, tiveram início após prisão do traficante

Nas casas, na Aldeia da Serra, só são vasculhados suítes e escritórios e levados dinheiro e jóias; polícia afirma que apuração está "adiantada"

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma seqüência de furtos qualificados, sempre cometidos em feriados prolongados e nas mesmas circunstâncias, tem alertado moradores de dois condomínios de luxo de Aldeia da Serra (Grande São Paulo). Curiosamente, os crimes começaram depois da prisão do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, ex-morador do local, embora as vítimas não vejam relação direta entre os casos.
Abadía foi preso pela Polícia Federal no início de agosto em sua casa de 1.800 m2, avaliada em cerca de R$ 2 milhões, no condomínio Morada dos Lagos. Só nesse residencial, foram sete casas furtadas.
Incluindo os furtos no condomínio Morada das Flores, que fica ao lado, foram 11 casos desde setembro -todos ocorridos em feriados prolongados: Sete de Setembro, 12 de Outubro e Finados (2 de novembro).
Os moradores estimam um prejuízo de R$ 650 mil. Em apenas uma das casas foram levados R$ 150 mil em dinheiro.
Para o advogado Paulo Morais, morador do local e que lidera um grupo de vizinhos para discutir as condições de segurança do condomínio, a exposição do alto padrão das casas após a prisão de Abadía chamou a atenção de criminosos.
Como nos condomínios há um forte esquema de segurança com muros altos e aramados e vigilantes armados (só no Lagos são 25 seguranças para 200 casas), a suspeita das famílias é a de haver colaboração de moradores ou de funcionários.
"Tomamos todos os cuidados possíveis para não acontecer de novo", diz o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, presidente do conselho diretivo dos moradores. A segurança do condomínio é feita por homens contratados pelos próprios moradores.
O que reforça a suspeita de participação de pessoas de dentro dos condomínios são as ameaças sofridas por um grupo de moradores que se organizou para estudar medidas de segurança. "Ninguém, além dos moradores, sabe desse grupo. Ele falam em parar de mexer com isso ou poderão acontecer coisas com eles ou com os familiares", diz Morais.
Os ladrões também deviam saber, o que reforça a tese de participação interna, que nos condomínios não há um circuito interno de TV que poderia ajudar na identificação.
A suspeita dos moradores é a de ser o mesmo grupo o responsável por todos os furtos. Os crimes ocorreram sempre quando os proprietários não estavam, com arrombamento de portas ou acesso pelas janelas destravadas. As casas não têm grades nas janelas.
Embora houvesse outros objetos de valor, os ladrões vasculharam apenas escritórios e suítes. E só levaram dinheiro e jóias, mas não aleatoriamente. Num dos casos, apenas produtos da joalheria americana Tiffany & Co foram levados, apesar de estarem juntas de jóias nacionais, da Vivara.
Por meio da secretaria da Segurança, o delegado Hélio Bressan, de Barueri, afirmou que as investigações estão "adiantadas", mas que não poderia dar detalhes para "não prejudicar as investigações".


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