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Déficit de policiais afeta investigação, dizem analistas
DA AGÊNCIA FOLHA
Especialistas em segurança
ouvidos pela Folha afirmaram
que o maior impacto causado
pelo déficit de delegados no
país é na abertura e conclusão
de inquéritos criminais.
Para Rodrigo Azevedo, pesquisador do programa de pós-graduação em ciências criminais da PUC-RS, o enxugamento de gastos dos governos afetou os quadros da polícia e prejudicou as investigações.
"Boa parte das questões que
chegam à polícia não é investigada, é arquivada. Isso desestimula as pessoas a encaminharem suas situações à polícia e
reforça a sensação de impunidade", disse.
O coordenador do Núcleo de
Estudos sobre Violência e Segurança da UnB (Universidade
de Brasília), Arthur Costa, concorda que a falta de delegados
afeta a apuração.
Azevedo lembra que o déficit
é acentuado pela má distribuição do efetivo. "Não há racionalização, e a distribuição é feita muito mais por critérios políticos e corporativos, que pela
necessidade social."
Para o coronel da reserva da
PM José Vicente da Silva Filho,
especialista em segurança, o
problema está mais no "formalismo" da polícia e na "desorganização" da distribuição de delegados do que no déficit. "Há
muitas delegacias especializadas, muita burocracia e muitos
desvios de delegados para atividades ostensivas e administrativas. Desse jeito faltam delegados para investigar."
(CA e CMC)
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