São Paulo, Sábado, 18 de Dezembro de 1999


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Justiça nega três recursos

da Sucursal do Rio

Sérgio Naya sofreu ontem uma derrota no processo cível movido contra ele pelos ex-moradores do Palace 2. Foram negados os três recursos dele e de suas empresas, a Sersan e a Matersan, no processo que corre na 4ª Vara de Falências e Concordatas.
Esse é o processo em que são fixadas as indenizações por danos materiais e morais pagas aos ex-moradores. Naya já perdeu em primeira instância, recorreu e perdeu em abril deste ano.
Entre os argumentos dos recursos, Naya alega ter sido citado como pessoa física, quando seriam suas empresas que deveriam ser colocadas no processo. Além disso, afirmou que foi prejudicado por ter tido os bens sequestrados.
Foi o desembargador Semy Glanz, da 3ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Rio, quem negou os três recursos. Agora, a única saída dos advogados de Naya é recorrer no Supremo Tribunal Federal, a última instância.

Prisão ilegal
Nilo Batista, advogado de Naya, disse ontem à Folha que a prisão de seu cliente é arbitrária e ilegal e que Naya virou "um bode expiatório para provar que o sistema penal não é seletivo".
"Essa prisão é claramente artificial. Vai cumprir a função simbólica de mantê-lo preso durante o réveillon para purgar aquela circunstância em que uma jornalista, violando a privacidade dele, o flagrou naquele réveillon dos Estados Unidos (em que Naya dizia que não tomaria champanhe em "taça de pobre')", disse o advogado.
Segundo Nilo, Naya foi preso porque não foi localizado pelo oficial de justiça num dos processos cíveis de indenização movidos por uma vítima do Palace 2.
"Ele não pode ter a prisão preventiva declarada em um processo criminal porque não foi localizado para a citação em um processo cível", argumenta.
Naya foi preso na madrugada de quarta-feira em Brasília e transferido para o Rio. Seu depoimento na 33ª Vara Criminal do Rio foi marcado para 7 de janeiro.
Batista afirmou que Naya, como dono da Sersan, reconhece a responsabilidade civil no desabamento e vai indenizar as famílias. Até hoje, segundo o advogado, 72 famílias já fecharam acordos de indenização, mas, como os bens do ex-deputado e de suas empresas estão bloqueados pela Justiça, cerca de 50 teriam recebido.


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