São Paulo, Sábado, 18 de Dezembro de 1999


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VESTIBULAR
Desempenho no Enem, provas mais fáceis e alto número de inscritos são apontados como responsáveis
Notas de corte da Fuvest aumentam

ALCINO BARBOSA JR.
da Reportagem Local

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) divulgou ontem as notas de corte da primeira fase de seu processo seletivo. Em todas as carreiras, houve aumento expressivo da nota.
A média mais alta da primeira fase foi 156. Apesar de modificações no número de vagas em alguns cursos, a nota de corte subiu, em média 11,4 pontos.
As dez carreiras com as maiores notas de corte foram: medicina, fisioterapia (São Paulo), ciências biológicas, jornalismo, direito, editoração, publicidade e propaganda, curso superior de audiovisual, medicina veterinária e computação (São Carlos).
O estudante com melhor desempenho no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Vinicius Cifú Lopes, 17, é apontado também como o candidato que obteve o melhor desempenho na primeira fase da Fuvest. Lopes conseguiu 156 pontos. A pontuação máxima é 160.
O Enem, de acordo com ele, aumentou sua nota em apenas 0,5 ponto. Lopes acertou 155 das 160 questões da prova, obtendo a maior nota da primeira fase desde a mudança do vestibular, em 94.
Lopes é candidato a engenharia e ciências exatas na USP.
Os cursos com maior aumento na nota foram computação, que passou de 71 para 98, e fisioterapia, que, de 86, foi para 107.
Segundo José Coelho Sobrinho, um dos cinco supervisores do vestibular da Fuvest, três fatores contribuíram para a elevação das notas de corte.
"O fator principal foi o Enem", afirmou Coelho. A prova de física, que neste ano foi "mais condizente com o conteúdo do segundo grau", também colaborou com o aumento. O terceiro fator foi o aumento do número de inscrições em vários cursos. O exemplo mais notório é fisioterapia.
Segundo Carlos Eduardo Bindi, diretor do curso e colégio Etapa, o aumento é resultado de dois fatores: a retirada das questões complexas das provas e o Enem.
Para Bindi, somente a prova de física -que foi mais fácil neste ano em relação ao ano passado- aumentou em três pontos a nota.
"Questões mais razoáveis também nas provas de geografia, história, biologia e matemática colaboraram para aumentar a nota de três a sete pontos", disse Bindi.
Ele considera esse aumento um "ajuste natural" da nota, ou seja, aconteceria mesmo sem o Enem.
O coordenador-geral do Curso Objetivo, Antônio Mário Salles, acredita que o Enem tenha contribuído para o aumento das notas, mas chama a atenção para "a conscientização do vestibular". Segundo ele, "os estudantes percebem que, para se ter sucesso na vida, o curso superior se torna cada vez mais importante".
O coordenador didático do Curso Universitário, Antônio Carlos Pezzi, acredita que outro fator elevou as notas de corte. "As provas não foram tão difíceis."
Quanto ao Enem, Pezzi considera o exame "elitizante". Para ele, "ainda falta um ajuste nas provas para que a avaliação se aproxime de um ponto ideal."
Pezzi acha cedo para avaliar o impacto do Enem no vestibular da Fuvest, mas elogia o exame: "A Fuvest é brilhante".
Osmar Antônio Ferraz, coordenador de vestibular do Colégio Bandeirantes, acha que o candidato que não incluiu o Enem na média "perdeu uma ótima oportunidade".
Neste ano, pela primeira vez, a nota do Enem pôde ser utilizada, se o candidato manifestou esse interesse na inscrição. O desempenho no Enem contribuiu com 20% da nota da primeira fase.


Colaborou Cláudia Asazu, da Reportagem Local

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