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VESTIBULAR
Desempenho no Enem, provas mais fáceis e alto número de inscritos são apontados como responsáveis
Notas de corte da Fuvest aumentam
ALCINO BARBOSA JR.
da Reportagem Local
A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) divulgou
ontem as notas de corte da primeira fase de seu processo seletivo. Em todas as carreiras, houve
aumento expressivo da nota.
A média mais alta da primeira
fase foi 156. Apesar de modificações no número de vagas em alguns cursos, a nota de corte subiu, em média 11,4 pontos.
As dez carreiras com as maiores
notas de corte foram: medicina,
fisioterapia (São Paulo), ciências
biológicas, jornalismo, direito,
editoração, publicidade e propaganda, curso superior de audiovisual, medicina veterinária e computação (São Carlos).
O estudante com melhor desempenho no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), Vinicius Cifú Lopes, 17, é apontado
também como o candidato que
obteve o melhor desempenho na
primeira fase da Fuvest. Lopes
conseguiu 156 pontos. A pontuação máxima é 160.
O Enem, de acordo com ele, aumentou sua nota em apenas 0,5
ponto. Lopes acertou 155 das 160
questões da prova, obtendo a
maior nota da primeira fase desde
a mudança do vestibular, em 94.
Lopes é candidato a engenharia
e ciências exatas na USP.
Os cursos com maior aumento
na nota foram computação, que
passou de 71 para 98, e fisioterapia, que, de 86, foi para 107.
Segundo José Coelho Sobrinho,
um dos cinco supervisores do
vestibular da Fuvest, três fatores
contribuíram para a elevação das
notas de corte.
"O fator principal foi o Enem",
afirmou Coelho. A prova de física,
que neste ano foi "mais condizente com o conteúdo do segundo
grau", também colaborou com o
aumento. O terceiro fator foi o aumento do número de inscrições
em vários cursos. O exemplo mais
notório é fisioterapia.
Segundo Carlos Eduardo Bindi,
diretor do curso e colégio Etapa, o
aumento é resultado de dois fatores: a retirada das questões complexas das provas e o Enem.
Para Bindi, somente a prova de
física -que foi mais fácil neste
ano em relação ao ano passado-
aumentou em três pontos a nota.
"Questões mais razoáveis também nas provas de geografia, história, biologia e matemática colaboraram para aumentar a nota de
três a sete pontos", disse Bindi.
Ele considera esse aumento um
"ajuste natural" da nota, ou seja,
aconteceria mesmo sem o Enem.
O coordenador-geral do Curso
Objetivo, Antônio Mário Salles,
acredita que o Enem tenha contribuído para o aumento das notas,
mas chama a atenção para "a
conscientização do vestibular".
Segundo ele, "os estudantes percebem que, para se ter sucesso na
vida, o curso superior se torna cada vez mais importante".
O coordenador didático do
Curso Universitário, Antônio
Carlos Pezzi, acredita que outro
fator elevou as notas de corte. "As
provas não foram tão difíceis."
Quanto ao Enem, Pezzi considera o exame "elitizante". Para
ele, "ainda falta um ajuste nas
provas para que a avaliação se
aproxime de um ponto ideal."
Pezzi acha cedo para avaliar o
impacto do Enem no vestibular
da Fuvest, mas elogia o exame: "A
Fuvest é brilhante".
Osmar Antônio Ferraz, coordenador de vestibular do Colégio
Bandeirantes, acha que o candidato que não incluiu o Enem na
média "perdeu uma ótima oportunidade".
Neste ano, pela primeira vez, a
nota do Enem pôde ser utilizada,
se o candidato manifestou esse interesse na inscrição. O desempenho no Enem contribuiu com
20% da nota da primeira fase.
Colaborou Cláudia Asazu, da Reportagem
Local
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