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EXTREMOS DA SEGURANÇA
Biritiba-Mirim, de 28 mil habitantes, têm índices baixos de crimes para a região metropolitana
Na violenta Grande SP, também há exceção
THARSILA PRATES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em busca de tranqüilidade, Joaquim José Araújo Vieira, 58, resolveu se mudar. Trocou a violência da cidade grande por um município com baixos índices de criminalidade.
Vieira nem precisou sair da
Grande São Paulo. Deixou Guarulhos para morar em Biritiba-Mirim, a apenas 72 km da capital.
Biritiba pode ser considerada
um refúgio de segurança. Apesar
de estar na Grande São Paulo, a cidade teve dois homicídios dolosos de janeiro a setembro deste
ano, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública. No
mesmo período do ano passado,
não houve nenhum caso.
Vieira afirma que é bem melhor
morar em Biritiba-Mirim do que
em São Paulo. Assim que se aposentou, em 1999, o oficial da reserva da Força Aérea Brasileira se
mudou para a chácara que tem no
município. "Aqui tem um comércio básico, três agências bancárias
e duas boas redes de supermercados. Quem vem morar aqui, se
não quiser sair, passa bem."
Os que desejam algo mais vão a
Mogi das Cruzes, que fica a 16 km
de Biritiba-Mirim. Quem passeia
pelas ruas de Biritiba pode ver que
os moradores conseguem montar
um calendário cultural com base
nos eventos realizados em Mogi.
Biritiba-Mirim parece mais
uma cidade do interior perdida na
Grande São Paulo, com ruas estreitas, ainda calçadas com paralelepípedos. Seus habitantes
-28.760, segundo estimativa da
Fundação Seade para 2005- têm
a opção de conversar em frente às
suas casas e de passear na praça
central da cidade.
Como toda a área do município
é de proteção ambiental, sendo
11% de proteção permanente,
quem quiser construir deve obedecer à legislação estadual, que
prevê a dimensão dos lotes, e ainda obter a autorização dos órgãos
competentes. Por causa disso, o
prefeito Roberto Pereira da Silva
(PSDB) enviou à Câmara Municipal um projeto de lei em que proíbe os biritibanos de morrer.
A prefeitura está impedida pela
Lei de Proteção aos Mananciais
de construir um novo cemitério
na cidade. O que existe está superlotado. O projeto será votado em
janeiro pela Câmara.
A explicação para os baixos índices de violência em Biritiba pode estar no fato de a maioria das
pessoas se conhecer. Segundo o
especialista em segurança, coronel José Vicente da Silva Filho, isso cria um senso de comunidade
mais sólido, que faz com que cada
morador controle mais os outros,
o que repercute na segurança.
Na falta de casos mais graves,
ofensas e brigas entre vizinhos são
as ocorrências que mais aparecem para o delegado titular do
município, Francisco Aguiar Del
Poente. "A convivência entre as
pessoas acaba gerando isso, em
razão de a cidade ser pequena."
O prefeito ainda reclama que a
cidade tem pouco policiamento e
que ainda falta iluminação em
boa parte da zona rural. Mesmo
assim, considera sua terra natal
pacata.
Tharsila Prates participou da 40ª turma
do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha, que teve como
patrocinador a Philip Morris Brasil
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