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Andradina é calma e tediosa,
afirma morador
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O flagrante de um oficial
dedicando 20 minutos do
plantão de sábado ao polimento de um carro da PM
atesta o que as estatísticas da
Secretaria da Segurança já sinalizavam: a carga de trabalho em Andradina não é das
mais intensas. Os nove homicídios, 29 roubos e nenhum de veículo roubado,
de janeiro a setembro, deixam para os pequenos furtos
o posto de campeões das
ocorrências policiais.
O delegado Tadeu Aparecido diz que, em média, duas
bicicletas são levadas por
dia. Furtos de aparelhos de
som de carros são comuns.
"Os autores são adolescentes
que usam esses produtos para comprar droga", afirma.
A falta de perspectivas de
emprego e de entretenimento, que leva jovens à maconha e ao crack, encabeça a
lista de queixas dos moradores. "Estou aqui porque ainda não tive a chance de ir
embora", diz o comerciante
Wenquer Oliveira Marques.
O coro é engrossado pela representante Selma Firmino
Beraldo: "Aqui não tem cultura, é um atraso de vida".
Quem vai à feira de domingo é obrigado a discordar. Na barraca de ervas e
raízes, a maminha-de-cadela
promete a cura do vitiligo e a
"batata-de-purga" dá fim
aos vermes. E para estresse?
"Bom para estresse é dinheiro", receita o feirante Alberto Soares. No fim da rua,
uma nativa vestida de baiana
prepara tapiocas doces e salgadas a R$ 2. Em Andradina,
cultura dispensa riqueza.
(LUCAS NEVES)
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