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Estudantes reclamam de "falta de liberdade"
Alunos dizem que presença da PM, proibição de festas e monitoramento por câmeras reprimem suas atividades
Diretoria afirma que segurança aumentou para impedir crimes dentro da
Cidade Universitária, onde houve estupro neste ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A condenação dos estudantes de arquitetura é mais um
caso de tensão entre alunos e a
direção da USP. Parte do corpo
discente da universidade afirma que está ocorrendo cerceamento da liberdade no campus.
Em outubro deste ano, 200
alunos protestaram em uma
passeata na zona oeste de São
Paulo. Segundo eles, a presença
da Polícia Militar é cada vez
maior na instituição -o que
causaria atritos-, a Guarda
Universitária está mais repressiva, algumas faculdades querem retirar os espaços utilizados pelas representações estudantis e festas foram proibidas.
Citam também o projeto da
instituição de instalar 168 câmeras de vigilância no campus,
o que poderia servir para monitorar ações dos estudantes.
"A universidade quer que a
gente venha aqui, estude e vá
embora, sem poder realizar as
atividades ligadas ao movimento estudantil ou mesmo se expressar", disse Ilana Tschiptschin, 22, acusada de causar dano ao patrimônio público.
Já o diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) Vinicius Pedron Macario, 23, reclama da presença da PM no
campus. "Apesar de eles estarem aqui, continuam ocorrendo roubos e estupros", disse. "E
a relação entre a PM e os estudantes é sempre tensa."
Os alunos citam também como exemplos do que chamam
de repressão o fato de a FFLCH
(Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas) ter retirado um espaço destinado aos estudantes e a FAU (Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo)
ter proibido festas na unidade.
"São tantas denúncias que fica difícil entender que sejam
apenas casos isolados", disse o
presidente da associação dos
docentes da USP, Cesar Minto.
Os estudantes ouvidos afirmam que as ações contra eles
ficaram mais intensas há cerca
de dois anos.
USP nega
O prefeito do campus da Cidade Universitária, Adilson
Carvalho, nega que haja repressão. "A PM está aqui há muito
tempo. E ela busca combater a
violência, não reprimir estudante." Sobre a Guarda Universitária, ele afirma que ela é treinada para lidar com os alunos.
"Se agimos, o pessoal reclama. Mas, quando há algum caso
de estupro, por exemplo, somos criticados porque não há
segurança", disse Carvalho. Em
março deste ano, uma aluna foi
violentada dentro do campus.
Sobre as câmeras, o prefeito
afirma que elas serão utilizadas
apenas para coibir crimes. A
universidade está em fase final
de aquisição do primeiro lote
de equipamentos.
Já a direção da FFLCH, à
época da passeata, afirmou que
a idéia era reformular o espaço
usado pelos estudantes para
que todos os integrantes da faculdade pudessem utilizá-lo. A
FAU, por sua vez, informou que
as festas foram proibidas para
não atrapalhar as aulas do período noturno.
(FT)
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