|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça nega novo habeas corpus a pichadora
Caroline Mota, 24, está presa há 53 dias por pichar prédio da Bienal; na sexta-feira, outro pedido havia sido negado
Jovem foi denunciada pelo Ministério Público por se associar a milicianos para destruir dependências
do prédio, em outubro
DA FOLHA ONLINE
A Justiça do Estado de São
Paulo negou ontem novamente
o pedido de habeas corpus de
Caroline Pivetta da Mota, 24,
presa após pichar as paredes da
Bienal, no parque Ibirapuera.
Foi a segunda vez que ela teve a liberdade negada -a anterior foi na sexta. Ela está na Penitenciária Feminina de Santana (zona norte) há 53 dias.
A decisão foi emitida na última segunda-feira pelo juiz Fernando Matallo, da 4ª Vara Criminal, e entrou ontem no sistema da Justiça do Estado.
Caroline foi presa em 26 de
outubro, ao atacar com spray o
prédio da Bienal. Com ela estavam cerca de 40 pessoas. "Estava me manifestando contra os
desfavorecidos, os que não têm
acesso àquela coisa toda [a arte
da Bienal]", disse ela à Folha
Online no início do mês.
O Ministério Público a acusa
de se associar a "milicianos"
para "destruir as dependências
do prédio". Caroline foi enquadrada no artigo 62 da Lei de
Crimes Ambientais e pode pegar de um a três anos de prisão.
A jovem esteve ainda nos
ataques à galeria Choque Cultural e ao Centro Universitário
Belas Artes -por esse último,
responde a processo.
Dois ministros já se manifestaram contrários à prisão dela.
No último dia 9, o ministro da
Cultura, Juca Ferreira, pediu
ao governador José Serra
(PSDB) e ao presidente da
Fundação Bienal, Manoel
Francisco Pires da Costa, que
interviessem em favor da jovem. O governador disse que as
coisas "não eram bem assim",
mas se comprometeu a pedir
informações à Secretaria de
Estado da Justiça.
Na segunda-feira, Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de
Direitos Humanos), mencionou o banqueiro Daniel Dantas
ao criticar a prisão de Caroline.
"Ela está presa há 50 dias porque grafitou uma sala da Bienal
de São Paulo, numa situação
em que chamava de intervenção. O Daniel Dantas ficou preso muito menos tempo e por irregularidades muito maiores."
Texto Anterior: Dois viadutos são inaugurados hoje na Baixada Santista Próximo Texto: Adolescente é suspeito de ter matado ginecologista Índice
|