São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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Justiça nega novo habeas corpus a pichadora

Caroline Mota, 24, está presa há 53 dias por pichar prédio da Bienal; na sexta-feira, outro pedido havia sido negado

Jovem foi denunciada pelo Ministério Público por se associar a milicianos para destruir dependências do prédio, em outubro


DA FOLHA ONLINE

A Justiça do Estado de São Paulo negou ontem novamente o pedido de habeas corpus de Caroline Pivetta da Mota, 24, presa após pichar as paredes da Bienal, no parque Ibirapuera.
Foi a segunda vez que ela teve a liberdade negada -a anterior foi na sexta. Ela está na Penitenciária Feminina de Santana (zona norte) há 53 dias.
A decisão foi emitida na última segunda-feira pelo juiz Fernando Matallo, da 4ª Vara Criminal, e entrou ontem no sistema da Justiça do Estado.
Caroline foi presa em 26 de outubro, ao atacar com spray o prédio da Bienal. Com ela estavam cerca de 40 pessoas. "Estava me manifestando contra os desfavorecidos, os que não têm acesso àquela coisa toda [a arte da Bienal]", disse ela à Folha Online no início do mês.
O Ministério Público a acusa de se associar a "milicianos" para "destruir as dependências do prédio". Caroline foi enquadrada no artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais e pode pegar de um a três anos de prisão.
A jovem esteve ainda nos ataques à galeria Choque Cultural e ao Centro Universitário Belas Artes -por esse último, responde a processo.
Dois ministros já se manifestaram contrários à prisão dela. No último dia 9, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, pediu ao governador José Serra (PSDB) e ao presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, que interviessem em favor da jovem. O governador disse que as coisas "não eram bem assim", mas se comprometeu a pedir informações à Secretaria de Estado da Justiça.
Na segunda-feira, Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), mencionou o banqueiro Daniel Dantas ao criticar a prisão de Caroline. "Ela está presa há 50 dias porque grafitou uma sala da Bienal de São Paulo, numa situação em que chamava de intervenção. O Daniel Dantas ficou preso muito menos tempo e por irregularidades muito maiores."


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