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Chuva mata mais seis no Estado de SP
Defesa Civil paulista já registra 29 mortes durante os temporais de dezembro, mais do que em todo o verão do ano passado
Duas mortes ocorreram na região metropolitana e quatro no interior; São Paulo voltou a ficar alagada com as chuvas de ontem
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Em Osasco, moradores fazem limpeza em rua que amanheceu com lama e entulho após a chuva
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Os primeiros 17 dias de dezembro já registram 29 mortes
em decorrência das chuvas no
Estado de São Paulo. Apenas
anteontem, seis pessoas morreram: quatro no interior e
duas na região metropolitana.
Os números já ultrapassam a
marca de todo o verão passado.
A Defesa Civil paulista registrou 24 mortes entre 1º de dezembro de 2008 e 4 de abril de
2009 em todo o Estado.
Ontem voltou a chover forte
na região metropolitana, o que
causou novos alagamentos e
tornou ainda mais crítica a situação das famílias que vivem
na região da zona leste da capital conhecida como Pantanal,
alagada desde o temporal da
terça-feira da semana passada.
Até a conclusão desta edição,
não havia registro de mais vítimas na Grande São Paulo.
Vítimas
Anteontem, em Osasco
(Grande São Paulo), Júlia Fernanda da Silva Alves, 4, morreu
soterrada, após um barranco
cair sobre o barraco em que
morava com a família. "Estava
em casa, tentando tirar a água
com a ajuda de uma vizinha.
Meus outros filhos também estavam lá, só que não deu tempo
de fazer nada, a água subiu rápido demais", disse Elenice da
Silva, 38, mãe da menina.
No Jardim Rochedale, também no município de Osasco,
Valdomiro Soares de Souza, 65,
foi encontrado morto dentro
de um córrego.
No interior do Estado, no
município de Itapeva (290 km
de São Paulo), três mulheres,
todas com idade de 30 anos, foram vítimas do temporal que
assolou a cidade.
Duas delas estavam em uma
picape Montana, que foi atingida por um deslizamento de terra. O veículo caiu dentro de
uma cratera com 15 metros de
profundidade. O buraco se encheu de água da chuva e o veículo ficou boiando, até ser arrastado por mais 50 metros pela enxurrada.
Na mesma estrada, uma outra mulher, em uma moto, foi
arrastada por cerca de 500 metros pela água.
Os corpos das vítimas só foram localizados pelos bombeiros na manhã de ontem, após
buscas pelo local.
Em Torre de Pedra (175 km
de São Paulo), cidade da região
de Botucatu, um policial civil
morreu depois de ser arrastado
pela correnteza de um córrego.
Ela havia saído de casa para
tentar fechar a porta do carro e
foi levado pela enxurrada.
O córrego, que transbordou,
ainda causou estragos alagando
casas e comércio da cidade.
Mais chuva
Ontem, às 18h40, o CGE
(Centro de Gerenciamento de
Emergências), que é ligado à
Prefeitura de São Paulo, decretou estado de atenção em todas
as regiões da cidade.
A situação só se normalizou
por volta da 22h.
Houve 17 vias afetadas nas
zonas oeste e norte. Dessas,
cinco ficaram intransitáveis
por cerca de uma hora, como as
avenidas Sumaré (zona oeste) e
Cruzeiro do Sul (zona norte).
O trânsito ficou lento em todo o município. Por volta das
20h30, a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) registrava 172 km de lentidão. Às
22h, os trechos parados somavam 79 km, segundo a empresa.
Os bombeiros e a Defesa Civil
não haviam registrado vítimas
até o fechamento desta edição.
Uma árvore caiu em Pinheiros (zona oeste), sem atingir
nenhuma casa ou carro. Em
Santana (zona norte), uma casa
foi interditada porque o teto
ameaçava desabar.
O caso mais grave ocorreu no
Jardim Pery (zona norte), onde
um barraco -vazio- desabou
dentro de um riacho.
(ALINE MAZZO, LÉO ARCOVERDE, THIAGO BRAGA e RICARDO WESTIN)
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