São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Chuva mata mais seis no Estado de SP

Defesa Civil paulista já registra 29 mortes durante os temporais de dezembro, mais do que em todo o verão do ano passado

Duas mortes ocorreram na região metropolitana e quatro no interior; São Paulo voltou a ficar alagada com as chuvas de ontem

Almeida Rocha/Folha Imagem
Em Osasco, moradores fazem limpeza em rua que amanheceu com lama e entulho após a chuva

DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

Os primeiros 17 dias de dezembro já registram 29 mortes em decorrência das chuvas no Estado de São Paulo. Apenas anteontem, seis pessoas morreram: quatro no interior e duas na região metropolitana.
Os números já ultrapassam a marca de todo o verão passado. A Defesa Civil paulista registrou 24 mortes entre 1º de dezembro de 2008 e 4 de abril de 2009 em todo o Estado.
Ontem voltou a chover forte na região metropolitana, o que causou novos alagamentos e tornou ainda mais crítica a situação das famílias que vivem na região da zona leste da capital conhecida como Pantanal, alagada desde o temporal da terça-feira da semana passada.
Até a conclusão desta edição, não havia registro de mais vítimas na Grande São Paulo.

Vítimas
Anteontem, em Osasco (Grande São Paulo), Júlia Fernanda da Silva Alves, 4, morreu soterrada, após um barranco cair sobre o barraco em que morava com a família. "Estava em casa, tentando tirar a água com a ajuda de uma vizinha. Meus outros filhos também estavam lá, só que não deu tempo de fazer nada, a água subiu rápido demais", disse Elenice da Silva, 38, mãe da menina.
No Jardim Rochedale, também no município de Osasco, Valdomiro Soares de Souza, 65, foi encontrado morto dentro de um córrego.
No interior do Estado, no município de Itapeva (290 km de São Paulo), três mulheres, todas com idade de 30 anos, foram vítimas do temporal que assolou a cidade.
Duas delas estavam em uma picape Montana, que foi atingida por um deslizamento de terra. O veículo caiu dentro de uma cratera com 15 metros de profundidade. O buraco se encheu de água da chuva e o veículo ficou boiando, até ser arrastado por mais 50 metros pela enxurrada.
Na mesma estrada, uma outra mulher, em uma moto, foi arrastada por cerca de 500 metros pela água.
Os corpos das vítimas só foram localizados pelos bombeiros na manhã de ontem, após buscas pelo local.
Em Torre de Pedra (175 km de São Paulo), cidade da região de Botucatu, um policial civil morreu depois de ser arrastado pela correnteza de um córrego. Ela havia saído de casa para tentar fechar a porta do carro e foi levado pela enxurrada.
O córrego, que transbordou, ainda causou estragos alagando casas e comércio da cidade.

Mais chuva
Ontem, às 18h40, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), que é ligado à Prefeitura de São Paulo, decretou estado de atenção em todas as regiões da cidade.
A situação só se normalizou por volta da 22h.
Houve 17 vias afetadas nas zonas oeste e norte. Dessas, cinco ficaram intransitáveis por cerca de uma hora, como as avenidas Sumaré (zona oeste) e Cruzeiro do Sul (zona norte).
O trânsito ficou lento em todo o município. Por volta das 20h30, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava 172 km de lentidão. Às 22h, os trechos parados somavam 79 km, segundo a empresa.
Os bombeiros e a Defesa Civil não haviam registrado vítimas até o fechamento desta edição.
Uma árvore caiu em Pinheiros (zona oeste), sem atingir nenhuma casa ou carro. Em Santana (zona norte), uma casa foi interditada porque o teto ameaçava desabar.
O caso mais grave ocorreu no Jardim Pery (zona norte), onde um barraco -vazio- desabou dentro de um riacho.
(ALINE MAZZO, LÉO ARCOVERDE, THIAGO BRAGA e RICARDO WESTIN)


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