|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Pai diz que decisão é covardia; governo dos EUA lamenta caso
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
Horas após o STF (Supremo
Tribunal Federal) decidir que o
menino Sean Goldman, 9, deve
permanecer, por ora, no Brasil,
o americano David Goldman,
pai da criança, disse que a decisão era "uma covardia".
David, que desembarcou no
Rio ontem, afirmou, por volta
das 20h, que está "extremamente desgastado", mas ainda
tem esperanças de levar o filho
para os Estados Unidos. "O que
estão fazendo com o Sean é
uma covardia. Eu tenho um carinho imenso por esse menino.
Vou me reunir com meus advogados amanhã [hoje] para saber
o que fazer", disse. "Já estou
nesta luta há cinco anos, mas
não vou desistir. Vai ser o meu
quinto Natal sem ele. Tudo que
eu mais quero é ficar com ele."
Ontem, a Secretaria de Estado dos EUA divulgou nota em
que diz estar "decepcionada"
com a decisão do STF. Segundo
o consulado americano no Rio,
a secretaria argumentou que o
Brasil não cumpriu um dos aspectos fundamentais da Convenção de Haia -acordo internacional relativo à proteção de
crianças e à cooperação sobre
adoção-, que tem como regra o
retorno imediato das crianças
sequestradas ou retiradas ilegalmente de ambos os países.
Em entrevista à rede de TV
CNN, o representante (equivalente a deputado) Chris Smith,
de Nova Jersey, que está com
Goldman no Brasil, disse ter esperanças de que o caso seja resolvido nos próximos dias. "A
corte amanhã [hoje] ainda estará em funcionamento. Não há
motivo para que não analisem."
Amigos e organizadores da
campanha "Bring Sean Home"
("Tragam Sean para casa") disseram que já estão acostumados a se decepcionar com a Justiça brasileira. "Estamos desapontados, mas não inteiramente surpresos", afirmou Robert
D'Amico, amigo de David.
Anteontem, a secretária de
Estado, Hillary Clinton, havia
elogiado a decisão de devolver
Sean ao pai. "É minha esperança que (...) a família Goldman
possa estar reunida de novo."
Texto Anterior: Menino ficou emocionado, diz avó materna Próximo Texto: "Quero ficar", diz cartaz atribuído ao menino Sean Índice
|