São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Pai diz que decisão é covardia; governo dos EUA lamenta caso

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Horas após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir que o menino Sean Goldman, 9, deve permanecer, por ora, no Brasil, o americano David Goldman, pai da criança, disse que a decisão era "uma covardia".
David, que desembarcou no Rio ontem, afirmou, por volta das 20h, que está "extremamente desgastado", mas ainda tem esperanças de levar o filho para os Estados Unidos. "O que estão fazendo com o Sean é uma covardia. Eu tenho um carinho imenso por esse menino. Vou me reunir com meus advogados amanhã [hoje] para saber o que fazer", disse. "Já estou nesta luta há cinco anos, mas não vou desistir. Vai ser o meu quinto Natal sem ele. Tudo que eu mais quero é ficar com ele."
Ontem, a Secretaria de Estado dos EUA divulgou nota em que diz estar "decepcionada" com a decisão do STF. Segundo o consulado americano no Rio, a secretaria argumentou que o Brasil não cumpriu um dos aspectos fundamentais da Convenção de Haia -acordo internacional relativo à proteção de crianças e à cooperação sobre adoção-, que tem como regra o retorno imediato das crianças sequestradas ou retiradas ilegalmente de ambos os países.
Em entrevista à rede de TV CNN, o representante (equivalente a deputado) Chris Smith, de Nova Jersey, que está com Goldman no Brasil, disse ter esperanças de que o caso seja resolvido nos próximos dias. "A corte amanhã [hoje] ainda estará em funcionamento. Não há motivo para que não analisem."
Amigos e organizadores da campanha "Bring Sean Home" ("Tragam Sean para casa") disseram que já estão acostumados a se decepcionar com a Justiça brasileira. "Estamos desapontados, mas não inteiramente surpresos", afirmou Robert D'Amico, amigo de David.
Anteontem, a secretária de Estado, Hillary Clinton, havia elogiado a decisão de devolver Sean ao pai. "É minha esperança que (...) a família Goldman possa estar reunida de novo."


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