São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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MIGUEL JULIANO E SILVA
(1928-2009)


O arquiteto e o içamento do pavilhão do Anhembi

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No início dos anos 70, uma estrutura de 67.600 metros quadrados feita em alumínio foi montada no chão, ao lado da marginal Tietê, em SP.
Pouco a pouco, quase em câmera lenta, operários coordenados por alto-falantes içaram a obra. Doze mil voltas em cada roldana depois, estava pronto o Pavilhão de Exposições do Anhembi, projeto que o arquiteto Miguel Juliano orgulhava-se de ter feito.
Em 1995, deu no Guiness Book, o livro dos recordes: o prédio, premiado pouco depois da inauguração, é a maior área para exposição continuamente coberta do mundo e única estrutura desse porte a ser içada depois de pronta.
O Anhembi foi um dos mais de 450 prédios projetados pelo goiano de Rio Verde que se mudou para SP em 1948. Um ano depois, ele foi estudar desenho com Di Cavalcanti.
Em arquitetura Miguel se formou em 1973, pela Faculdade Brás Cubas, mas já tinha experiência na área. Destacam-se, em sua premiada carreira, a coautoria dos planos diretores de Curitiba e Goiânia e o Sesc Pinheiros, em SP, eleito o melhor projeto de 2002 pelo IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil).
Foi professor do Mackenzie por 14 anos, presidente da Fundação Vilanova Artigas e consultor do Ministério da Educação e da ONU.
Enólogo, foi ainda dono de uma importadora de vinhos.
Morreu ontem, aos 81, após sofrer um infarto. Teve três filhos (dois arquitetos e um músico) e dois netos. O enterro será hoje, às 10h, no cemitério da Paz, no Morumbi, SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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