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MIGUEL JULIANO E SILVA
(1928-2009)
O arquiteto e o içamento do pavilhão do Anhembi
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No início dos anos 70, uma
estrutura de 67.600 metros
quadrados feita em alumínio
foi montada no chão, ao lado
da marginal Tietê, em SP.
Pouco a pouco, quase em
câmera lenta, operários coordenados por alto-falantes içaram a obra. Doze mil voltas
em cada roldana depois, estava pronto o Pavilhão de Exposições do Anhembi, projeto
que o arquiteto Miguel Juliano orgulhava-se de ter feito.
Em 1995, deu no Guiness
Book, o livro dos recordes: o
prédio, premiado pouco depois da inauguração, é a maior
área para exposição continuamente coberta do mundo
e única estrutura desse porte
a ser içada depois de pronta.
O Anhembi foi um dos mais
de 450 prédios projetados pelo goiano de Rio Verde que se
mudou para SP em 1948. Um
ano depois, ele foi estudar desenho com Di Cavalcanti.
Em arquitetura Miguel se
formou em 1973, pela Faculdade Brás Cubas, mas já tinha
experiência na área. Destacam-se, em sua premiada carreira, a coautoria dos planos
diretores de Curitiba e Goiânia e o Sesc Pinheiros, em SP,
eleito o melhor projeto de
2002 pelo IAB-SP (Instituto
de Arquitetos do Brasil).
Foi professor do Mackenzie
por 14 anos, presidente da
Fundação Vilanova Artigas e
consultor do Ministério da
Educação e da ONU.
Enólogo, foi ainda dono de
uma importadora de vinhos.
Morreu ontem, aos 81, após
sofrer um infarto. Teve três filhos (dois arquitetos e um
músico) e dois netos. O enterro será hoje, às 10h, no cemitério da Paz, no Morumbi, SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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