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ADMINISTRAÇÃO
Pastas que precisarem de mais dinheiro
precisarão de autorização da Secretaria do Planejamento
Serra congela 31,5% do Orçamento e põe limite para despesas
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), congelou R$ 4,8 bilhões do Orçamento deste ano,
segundo dados disponíveis ontem no Sistema de Execução Orçamentária (SEO). O número
equivale a 31,5% da peça aprovada pela Câmara Municipal no final de 2004, de R$ 15,2 bilhões.
Ainda ontem, Serra limitou despesas nas secretarias e estabeleceu
um fluxo de gasto mensal para os
órgãos da administração.
Segundo decreto publicado no
"Diário Oficial" do município, as
pastas que precisarem de mais dinheiro precisarão de autorização
da Secretaria do Planejamento.
Outras medidas devem ser tomadas nos próximos dias para
conter gastos. O congelamento do
Orçamento não é definitivo. As
verbas podem ser liberadas de
acordo com o fluxo de receita.
A Secretaria de Finanças publicou ontem os cerca de 8.200 empenhos (reservas orçamentárias)
cancelados pela gestão Marta Suplicy. Segundo balanço de Serra,
são R$ 594 milhões em empenhos
cancelados indevidamente, pois
se referem a serviços realizados. A
equipe de Marta nega.
Os credores que tiveram empenhos cancelados têm até o dia 31
para cobrar eventuais dívidas.
Segundo a Secretaria de Finanças, a empresa FKS Transporte já
apresentou empenho cancelado
por Marta juntamente com as notas dos serviços prestados, com
custo de R$ 81 mil. Entidades que
representam fornecedores devem
concluir os cálculos sobre os empenhos cancelados nesta semana.
Bate-rebate
Serra rebateu ontem as acusações do ex-secretário de Finanças
Luís Carlos Fernandes Afonso de
que os dados da atual administração sobre a situação financeira de
São Paulo deixada pela gestão anterior seriam fruto de ""manipulação" e "especulação".
"As despesas têm de ser registradas no ano em que foram feitas, e não [ser empurradas] para o
ano seguinte. Não é certo deixar
um terço da dívida para vencer
em janeiro", defendeu-se Serra,
em alusão ao fato de Afonso ter
reclamado que a atual administração computou como dívida de
Marta despesas realizadas em
2004 com vencimento neste ano.
O prefeito aproveitou o fato de
visitar o Centro Olímpico do Ibirapuera para citar exemplos ligados à área de esporte. Perguntou a
ex-jogadores de futebol contratados pela prefeitura para dar aulas
a crianças e adolescentes desde
quando não recebem seus salários. Foi informado por Félix, goleiro da seleção que disputou a
Copa-70, que não recebem de setembro para cá.
A equipe de Serra alega que
Marta deixou a prefeitura com
déficit de R$ 1,9 bilhão. Segundo o
prefeito, o secretário municipal de
Finanças, Mauro Ricardo Costa,
dará entrevista coletiva hoje para
discutir o assunto. Afonso diz ter
deixado R$ 166 milhões de saldo.
(CONRADO CORSALETTE, EDUARDO OHATA e AMARÍLIS LAGE)
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