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CARNAVAL
Entidades carnavalescas devem mais de R$ 30 milhões de ISS à Prefeitura de Salvador; 4 haviam conseguido isenção
Anistia dada a blocos da BA é questionada
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Principais responsáveis pelo
Carnaval na capital baiana e na
maioria dos Estados nordestinos,
os blocos devem mais de R$ 30
milhões de ISS (Imposto Sobre
Serviços) à Prefeitura de Salvador,
de acordo com um levantamento
preliminar realizado pela Secretaria da Fazenda.
No final do ano passado, quatro
blocos -três deles pertencentes à
banda Chiclete com Banana- tiveram as suas dívidas tributárias
anteriores a janeiro de 99 perdoadas pela prefeitura.
"Os técnicos da secretaria se basearam em uma lei que considerava os blocos entidades sem fins lucrativos, o que é questionável,
pois todos são empresas que vendem abadás e fazem shows praticamente o ano todo", disse o secretário municipal da Fazenda,
Reub Celestino, 58.
Segundo a Secretaria da Fazenda, os quatro blocos beneficiados
pelo perdão tributário tinham um
débito de quase R$ 20 milhões
-resultado de 32 autos de infração julgados procedentes pelo fisco. "A cidade exige uma solução
cidadã, e nós vamos retomar toda
a investigação", disse Celestino.
Para o secretário, existem "evidências" que demonstram que os
blocos não eram entidades sem
fins lucrativos até 99. "Se isso de
fato existiu, foi num passado muito distante. Quem conhece o Carnaval de Salvador sabe que os blocos são patrocinados, cobram por
suas apresentações e vendem as
fantasias para os seus associados,
muitas vezes sem apresentar nota
fiscal de absolutamente nada."
Reub Celestino disse que, após o
Carnaval, uma comissão formada
por técnicos da secretaria e representantes dos blocos vai investigar a dívida das entidades. "Queremos também a participação do
Ministério Público para dar mais
transparência à ação", disse o secretário.
Diretor da Central do Carnaval
-empresa que reúne 20 blocos-, Joaquim Nery confirmou
que existe uma pendência jurídica
com a prefeitura.
"Há alguns anos nós questionamos os valores das multas cobradas. No final do ano passado,
houve uma solução (anistia). Esperamos que a medida adotada
pela Secretaria da Fazenda seja
realmente definitiva."
Violência Sexual
O Cedeca (Centro de Defesa da
Criança e do Adolescente) lançou
ontem uma campanha de combate à violência sexual durante o verão. Cerca de 100 mil panfletos,
com mensagens em português e
inglês, serão distribuídos nos camarotes, ensaios de blocos, hotéis, restaurantes, pousadas, aeroporto, estação rodoviária e pontos
turísticos da capital baiana.
O órgão também disponibilizou
um número telefônico (0800-2842222) que vai funcionar 24 horas para receber as denúncias.
"Direitos sexuais são direitos
humanos. Pelo direito da criança
e do adolescente no desenvolvimento de uma sexualidade saudável", afirma a mensagem do
Cedeca.
No ano passado, nos centros do
Cedeca instalados em nove municípios, foram registrados 776 casos de violência sexual.
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