São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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URBANISMO

Trabalho avalia quais construções serão demolidas ou reformadas dentro de uma área de 15 quarteirões

Prefeitura inicia análise dos imóveis da "cracolândia"

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo começou a identificar e catalogar os imóveis degradados da região conhecida como "cracolândia" que poderão ser demolidos no projeto de revitalização do bairro da Luz, no centro da cidade. No total, 15 quarteirões estão sob análise.
A região foi alvo de uma operação que fechou bares e hotéis que abrigavam tráfico de drogas e prostituição, em 2005. E uma área de 105 mil m2 foi decretada de utilidade pública -agora, seus 750 imóveis podem ser desapropriados para dar lugar a empresas.
"Estamos levantando cada imóvel e separando o que se vai desapropriar. Num lugar como esse há imóveis bons, bem utilizados, que não vale a pena desapropriar. E tem coisas caindo aos pedaços, abandonados há oito, dez anos", afirma o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. Para ele, que chama a região de ex-"cracolândia" ou Nova Luz, a área é um "quisto" que atrapalha o desenvolvimento de todo o centro.
O engenheiro Antonio José Ayres Zagatto, também da Subprefeitura da Sé, diz que, a partir dos dados preliminares do estudo, metade dos imóveis da Nova Luz são "transformáveis" -ou seja, podem ser demolidos para dar lugar a novos empreendimentos.
A idéia é que os prédios que restarem recebam melhorias e os preservados pelo patrimônio histórico sejam restaurados.
Ainda não há nenhuma definição, entretanto, quanto ao prazo para dar início à demolição. "Os passos seguintes dependem de processos legais com relação a desapropriações. É complexo", afirma o subprefeito.
Zagatto ressalta que o avanço da revitalização depende das negociações com empresas interessadas na região: "Não é um projeto de governo apenas. É um projeto público-privado porque quem vai recuperar a área é, essencialmente, a iniciativa privada".
Mais de 50 empresas -de informática, construção civil ou call centers- procuraram a subprefeitura para obter informações sobre a Nova Luz, diz Matarazzo.
Foram aprovados em 2005 incentivos fiscais como redução de IPTU e ISS às empresas que quiserem se instalar no local. "A partir do estudo, com uma visão mais precisa sobre a área, poderemos oferecer locais adequados para cada empresa interessada", afirma Zagatto.
Chamado "levantamento da situação física e uso das quadras", o estudo contempla três mapas para cada um dos quarteirões. O primeiro aponta o estado de conservação dos imóveis e os classifica em bom, razoável e ruim. O segundo mostra o uso do solo e define se o terreno tem utilidade residencial, comercial, institucional, industrial ou se é uma área verde, por exemplo. E o último trata da volumetria -mostra a altura dos imóveis.


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