São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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Marcola vai para penitenciária que não tem bloqueador de celular

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE


Livre do regime linha-dura do sistema prisional, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, foi transferido ontem da Penitenciária 1 de Presidente Bernardes para outro presídio do interior, sob forte aparato de segurança.
No total, 66 detentos -os que estavam nas sete celas que tiveram as grades serradas- foram levados para outros presídios. A Secretaria da Administração Penitenciária não quis informar nomes nem o destino.
Agentes penitenciários afirmaram que Marcola estava no grupo de 54 presos transferidos para a Penitenciária 1 de Avaré (262 km de SP). A penitenciária tem uma área destinada ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e outra ao RDE (uma versão mais amena do RDD), mas também apresenta vagas para o cumprimento normal de pena -os 54 presos foram levados para esse espaço.
Na Penitenciária 1 de Avaré, mesmo os presos em regime comum ficam em celas individuais. Mas não são submetidos às regras do RDD. Não há bloqueador de celular como no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, onde o RDD também é aplicado. A Penitenciária 1 de Presidente Bernardes também não tem bloqueador.
A unidade de Avaré está na fila para obter um sistema de raios X.
A Secretaria da Administração Penitenciária disse, por nota, que a informação sobre o destino de Marcola e outros líderes comprometeria a segurança. Desde que voltou de férias, na última segunda, o secretário Nagashi Furukawa recusa pedidos de entrevista.
Ontem, a polícia anunciou a prisão de mais seis suspeitos. Dois estariam ligados a um atentado contra uma base da PM em Santana (zona norte de SP), na semana passada, e outros quatro teriam participado da organização da tentativa frustrada de resgate em Presidente Bernardes.
Exame de balística mostrou que duas pistolas apreendidas com dois homens na semana foram usadas no atentado à base da PM em Santana. Anteontem, a polícia prendeu mais dois suspeitos de participar da ação. Segundo os policiais, a ordem do ataque teria partido de um "piloto" -líder do PCC que domina um presídio ou uma área da cidade.
Os outros quatro presos fariam parte de uma célula do PCC em Mauá (Grande SP) supostamente responsável pela organização da tentativa de resgate. Três deles aparecem nas escutas telefônicas.


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