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"Quisemos fugir do caos aéreo e caímos nisso"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE BUENOS AIRES
Para escapar dos atrasos dos
aeroportos brasileiros e evitar
contratempos em plena lua-de-mel, os paulistas Daniela Fechio, 31, e Eduardo Alexandre
Mendes, 30, trocaram na última hora a reserva de um pacote
aéreo para Natal por acomodações no cruzeiro da CVC. "Quisemos fugir do caos do aeroporto e caímos nisso", disse.
A secretária e o administrador de empresas, que se casaram no sábado, passaram parte
do dia de ontem em reuniões
para entender o que acontecia.
"O cruzeiro estava magnífico, a
comida é ótima, tudo é ótimo.
Mas a direção não soube administrar a informação quando o
problema ocorreu", disse ela.
Segundo Fechio, a desinformação deu margem a boatos
que só assustaram mais os passageiros, como o de que acabaria a água para consumo.
Ela contou ainda que, com o
incidente, os cartões de telefone acabaram dentro do barco e,
ontem à tarde, não era possível
fazer chamadas para o Brasil
para tranqüilizar seus familiares. Houve pânico dentro do
navio Sky Wonder ontem na
hora em que rebocadores tentavam desencalhá-lo perto do
porto de Buenos Aires.
"Achamos que ia virar. Ficou
muito inclinado. Foi a pior sensação da minha vida", disse a
bióloga Gabriela Valério, 24.
Ela tomou calmante. "Agora estou dopada, mas quero sair daqui o mais rápido possível."
O advogado Daniel Cardoso,
30, de São Paulo, diz que ele e
outros passageiros estudam a
possibilidade de acionar a CVC
na Justiça. "Na hora do quase
caos, não encontramos ninguém da empresa para ajudar."
O vice-presidente da CVC,
Valter Patriani, diz que 25%
dos 500 tripulantes são funcionários da empresa, entre eles a
diretora de cruzeiro Thais Sanches. "O passageiro pode ter se
confundido porque todos usam
o mesmo uniforme."
(FERNANDA NOGUEIRA e BRUNO LIMA)
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