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Governo quer "atalho" para diploma cubano
Projeto enviado ao Congresso prevê facilitar a validação do documento de brasileiros formados em medicina em Cuba
CFM critica tratamento especial dado a apenas um país; pré-seleção para bolsas é feita por organizações e partidos, entre eles o PT
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um documento assinado pelos governos brasileiro e cubano, a ser submetido ao Congresso, prevê tratamento especial no momento da validação
do diploma no Brasil dos alunos formados em medicina naquele país.
A decisão de priorizar o assunto estava prevista em protocolo de intenções de 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O PT e o governo do ditador Fidel Castro
têm longa história de amizade.
O CFM (Conselho Federal de
Medicina) pretende trabalhar
no Congresso para tentar modificar o ajuste. "Não estamos
questionando a qualidade da
formação de medicina em Cuba, mas o fato de conceder critérios especiais a apenas um
país", diz Geraldo Guedes, conselheiro do CFM.
De acordo com o texto, será
criada uma comissão nacional
coordenada pelos ministérios
da Educação e Saúde do Brasil.
Essa comissão deverá elaborar um exame teórico e prático
para o reconhecimento do diploma de medicina obtido por
brasileiros em Cuba quando
comprovada "inexistência de
compatibilidade curricular".
Universidades públicas brasileiras identificadas pela comissão também poderão fazer
convênios com a Elam (Escola
Latino-Americana de Medicina), em Cuba, para complementar o currículo do curso
com disciplinas de doenças tropicais e organização do SUS
(Sistema Único de Saúde).
Com os convênios, o reconhecimento do diploma pode
ser feito por essas mesmas universidades a partir da compatibilidade curricular.
O governo cubano oferece
anualmente a alunos brasileiros de escolas públicas bolsas
de estudo na Elam. A pré-seleção é feita por organizações e
partidos, entre eles o PT.
O documento foi assinado
em setembro do ano passado
pelos ministros das Relações
Exteriores do Brasil, Celso
Amorim, e de Cuba, Felipe Pérez Roque. Porém, só ontem foi
publicada no "Diário Oficial" da
União a mensagem encaminhando o texto ao Congresso.
Atualmente, os alunos brasileiros formados em cursos de
graduação no exterior precisam validar o diploma em universidade pública do Brasil para que possam exercer a profissão. Esse processo de avaliação
varia de acordo com a instituição e pode ser cobrado. Estima-se que haja cerca de 600 estudantes brasileiros em Cuba.
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