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Pane pára o metrô pela 4º vez em apenas 18 dias
Problema, considerado inusitado pela empresa, demorou duas horas para ser resolvido
Pelo menos 115 mil pessoas foram prejudicadas;
seqüência de panes é resultado de corte em
manutenção, diz sindicato
Diego Padgurschi/Folha Imagem
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Passageiros na estação Paraíso; metrô teve problemas ontem |
ALENCAR IZIDORO
FILIPE MARCEL
DA REPORTAGEM LOCAL
O metrô de São Paulo teve
ontem a quarta pane técnica
em menos de duas semanas -e
que voltou a atrasar viagens,
superlotar estações, aumentar
a demora entre os trens em pleno horário de pico e a revoltar
passageiros. A falha demorou
duas horas para ser resolvida.
Desta vez, houve um problema mecânico considerado
"inusitado" pela empresa na ligação de dois vagões de um
trem que seguia, às 6h47, pela
linha 1-azul, a Norte/Sul, entre
as estações Ana Rosa e Paraíso.
A composição perdeu tração
e parou. Os passageiros, assustados, tiveram que usar a passagem de emergência, paralela
aos trilhos, para sair do túnel
-assim como os de outro trem,
próximo à estação São Bento.
A área foi interrompida, e a
situação ficou caótica. O metrô
operou parte do tempo só com
a segunda via e velocidade reduzida. A circulação foi normalizada às 8h45. Mas os reflexos
da demanda reprimida de
usuários persistiram por mais
tempo, inclusive na linha 3-vermelha, a Leste/Oeste.
Os intervalos entre os trens,
geralmente inferiores a dois
minutos, ultrapassavam 15 minutos. Entradas foram bloqueadas para evitar tumulto.
A linha 1-azul transporta
mais de 1,2 milhão de pessoas
por dia. O diretor de operação
do Metrô, Conrado Grava de
Souza, dizia acreditar numa
quantidade próxima de 115 mil
prejudicadas diretamente.
Outras três falhas relevantes
no metrô paulista -em dois casos, com perda de tração dos
trens- já tinham ocorrido neste ano. A que mais provocou
transtornos foi a do dia 9, quando um problema elétrico afetou
por cinco horas a mesma linha
1-azul, a mais antiga da rede.
Em relação à série de ocorrências, Grava de Souza afirmou ser "coincidência". Para
ele, não há nenhum motivo para preocupação com os riscos.
Ele diz que "às vezes fica um
mês" sem nenhum caso e, no
balanço de 2007, houve queda
na quantidade de interferências e falhas em relação a 2006.
O presidente do sindicato
dos metroviários, Wagner Gomes, considera a seqüência de
panes resultado de corte em
manutenção preventiva, uso de
peças com vida útil esgotada,
além da crescente superlotação
-que aumenta a condição de
desgaste dos equipamentos.
Funcionários ouvidos pela
reportagem relatavam preocupação com a falha de ontem,
considerada incomum.
O Metrô nega relação das panes com falta de manutenção e
nega as deficiências apontadas
pelo sindicato. Segundo Grava
de Souza, em 2008 estão programados R$ 352 milhões para
isso. Ele não soube dizer se a
verba dos anos anteriores -só a
de compra de materiais sobressalentes, que era de R$ 36 milhões em 2006, R$ 40 milhões
em 2007 e deve atingir R$ 59
milhões neste ano, quando serão contratados mais 200 funcionários de manutenção.
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