São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Seis pessoas morrem e 5 ficam feridas em ação da PM no Rio

Polícia ocupou morro da Pedreira (zona norte) para conter tiroteio entre traficantes; garoto de 13 anos está entre mortos

Policiais dizem que os mortos são criminosos ligados ao tráfico de drogas; quatro PMs e um morador ficaram feridos na operação

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO


Seis pessoas morreram, entre as quais um adolescente de 13 anos, e cinco ficaram feridas (quatro policiais militares e um morador) durante uma operação da Polícia Militar, ontem, no morro da Pedreira, em Costa Barros, zona norte do Rio.
Para a polícia, os seis mortos são criminosos ligados ao tráfico de drogas e armas da região.
A ação da PM começou depois que uma quadrilha de traficantes da favela de Acari, na zona norte, invadiu o morro da Pedreira, durante a madrugada, para disputar os pontos-de-venda de drogas do local. Houve um intenso tiroteio.
No confronto entre os dois grupos criminosos rivais, três PMs do DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo), localizado na parte mais alta do morro, ficaram cercados e foram resgatados no início da incursão policial, pela manhã.
Enquanto a polícia realizava a operação, criminosos circulavam em motocicletas, armados de pistola, pela estrada de Botafogo, principal acesso ao morro.
O comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, sobrevoou de helicóptero a região conflagrada. Logo depois, desembarcou da aeronave em uma pista em Acari e seguiu para a entrada do morro da Pedreira em um veículo blindado do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Lá, o comandante da PM concedeu entrevista e disse que a operação foi realizada em caráter emergencial devido à disputa territorial entre duas quadrilhas de traficantes de facções criminosas rivais.
Ele afirmou que o sobrevôo teve a finalidade de analisar a posição dos policiais militares no morro e averiguar o andamento da ação policial.
O militar informou também que, após o fim da operação, um grupo de policiais continuaria no morro da Pedreira para vigiar as vias de acesso da região.
De acordo com moradores do morro da Pedreira, controlado pela facção criminosa TC (Terceiro Comando), por volta das 4h30 um grupo da favela de Acari, dominada pelo CV (Comando Vermelho) entrou no morro e um intenso tiroteio se prolongou até as 7h, horário em que 120 homens de diversos batalhões da Polícia Militar, incluindo o Bope, conseguiram chegar ao local.
Em seguida, os traficantes começaram a trocar tiros com os policiais. No confronto, o capitão Luiz Claudio Henrique, o tenente Marcelo Batista Ferreira e os soldados Márcio Pereira e Kleoson Magalhães tiveram ferimentos (de raspão).
Os militares foram levados para o hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, zona norte da cidade, onde foram medicados e depois liberados.
O estudante Douglas Mendes do Nascimento, 16, acabou sendo atingido por uma bala perdida no braço esquerdo quando saía de casa para comprar pão. Ele permanece internado, mas não corre risco de morrer.
Dois helicópteros e quatro carros blindados participaram da operação. Parte do comércio fechou e os moradores evitaram sair nas ruas. Mototaxistas que fazem ponto na entrada do morro da Pedreira também preferiram não subir o morro quando estavam acompanhados de passageiros.
Entre os seis mortos apontados pela Polícia Militar como criminosos, apenas Fabiano Alberto da Silva foi identificado. Segundo a polícia, ele controlava a venda de drogas no morro.
Um fuzil e três pistolas foram aprendidos durante a ação.
As armas apreendidas foram levadas para a delegacia e, segundo a Polícia Militar, o armamento estava em poder de quatro dos mortos.


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