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Viradouro faz alegoria sobre o Holocausto, e a comunidade judaica reage
DA SUCURSAL DO RIO
No desfile de 1989 da Beija-Flor, uma estátua de um
Cristo na cruz foi "censurada" para evitar conflito com
a Igreja Católica, o que talvez
foi a maior polêmica do Carnaval carioca. Dezenove
anos depois, a controvérsia é
com um carro alegórico da
Viradouro, que representa o
Holocausto e provocou críticas de entidades judaicas.
Batizado de "É de Arrepiar", o carnavalesco Paulo
Barros criou um carro sobre
o massacre de judeus na 2ª
Guerra Mundial -onde, como parte da alegoria, há uma
reunião de corpos empilhados. A idéia foi mal recebida.
"O Holocausto não pode
ser banalizado. Não pode ser
tratado de modo simplista.
Foi a maior tragédia da humanidade. Ele é um cara brilhante, mas o formato que
escolheu é inadequado", diz
Sergio Niskier, presidente da
Fierj (Federação Israelita).
Segundo Niskier, o enredo
mostra o Holocausto como
algo de "arrepiar" ao lado de
"outras coisas" que causam a
sensação. Para ele, o tema
pode ser mal interpretado.
"O Holocausto não combina com o Carnaval", diz, ressaltando que o grupo religioso não tem nada contra a festa. Ainda assim, Niskier diz
que, ao conversar com o carnavalesco, notou que não há,
na idéia, nenhum viés "racista, preconceituoso ou anti-semita". Procurado por meio
da assessoria de imprensa da
Viradouro, Paulo Barros não
se pronunciou.
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