São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Viradouro faz alegoria sobre o Holocausto, e a comunidade judaica reage

DA SUCURSAL DO RIO

No desfile de 1989 da Beija-Flor, uma estátua de um Cristo na cruz foi "censurada" para evitar conflito com a Igreja Católica, o que talvez foi a maior polêmica do Carnaval carioca. Dezenove anos depois, a controvérsia é com um carro alegórico da Viradouro, que representa o Holocausto e provocou críticas de entidades judaicas.
Batizado de "É de Arrepiar", o carnavalesco Paulo Barros criou um carro sobre o massacre de judeus na 2ª Guerra Mundial -onde, como parte da alegoria, há uma reunião de corpos empilhados. A idéia foi mal recebida.
"O Holocausto não pode ser banalizado. Não pode ser tratado de modo simplista. Foi a maior tragédia da humanidade. Ele é um cara brilhante, mas o formato que escolheu é inadequado", diz Sergio Niskier, presidente da Fierj (Federação Israelita).
Segundo Niskier, o enredo mostra o Holocausto como algo de "arrepiar" ao lado de "outras coisas" que causam a sensação. Para ele, o tema pode ser mal interpretado.
"O Holocausto não combina com o Carnaval", diz, ressaltando que o grupo religioso não tem nada contra a festa. Ainda assim, Niskier diz que, ao conversar com o carnavalesco, notou que não há, na idéia, nenhum viés "racista, preconceituoso ou anti-semita". Procurado por meio da assessoria de imprensa da Viradouro, Paulo Barros não se pronunciou.


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