São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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Foco

"Não tenho do que reclamar", diz docente que ganha mais de R$ 7.000 na rede privada

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

A professora Maria Cristina Sucupira é um exemplo de como pode ser distinta as realidades na rede particular. Enquanto há escolas em São Paulo que pagam apenas o piso, de R$ 659 para o ensino fundamental, ela leciona no colégio Santa Cruz (zona oeste de SP), onde os docentes recebem, na mesma etapa de ensino, no mínimo R$ 4.296.
Sobre sua situação financeira, Maria Cristina, 44, afirma: "Não tenho do que reclamar". Ela leciona biologia no ensino médio (etapa que o colégio paga entre R$ 7.114 e 8.821, por 30 h semanais).
O salário, conta, permite que ela dê aulas só em uma escola. "O professor pode se concentrar só em manter ou melhorar as atividades."
Professora de 5ª série ao ensino médio em um colégio estadual da zona sul de SP, Ana Luiza Siscart de Toledo, 52, afirma viver em uma situação salarial totalmente diferente. Com 29 anos de magistério, ela ganha R$ 2.000 por 30 horas semanais.
Conta que tem três cursos superiores (história, pedagogia e serviço social) e fala quatro línguas. "O salário é baixo. Se não fosse professora, certamente ganharia mais."
Ana Luiza, porém, afirma que trabalha "com muito prazer", pois "ver uma criança crescendo, aprendendo, é muito gratificante".

Sergipe
A professora Shirley da Anunciação Cruz, 35, desistiu há cerca de um ano de dar aulas na rede particular de Aracaju (SE). O motivo: ganhava R$ 200 mensais, pouco mais de meio salário mínimo.
Professora de português, ela lecionou por 13 anos em escolas particulares. Agora, se dedica somente à rede estadual, onde já está faz oito anos. O trabalho lhe rende cerca de R$ 850 por mês.
"Pensei no meu filho, que hoje tem três anos, e acho que foi melhor ter saído. Além de pagarem pouco, as escolas particulares ainda exigem muitas atividades extras. Era muito cansativo", diz.


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