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Indonésia reduz visita a prisão de brasileiros
Estrangeiros só podem ver uma vez por mês os detentos de presídio onde estão Marco Moreira e Rodrigo Gularte, condenados à morte
Embaixada do Brasil em Jacarta pediu ao governo local abrandar a restrição no caso dos brasileiros; ainda não houve resposta
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo indonésio restringiu as visitas estrangeiras ao
presídio de Pasir Putih, onde
estão Marco Archer Cardoso
Moreira e Rodrigo Gularte, únicos brasileiros condenados à
morte no mundo. Eles tentaram entrar no país com cocaína.
Pela nova regra, definida na
semana passada, as visitas poderão ocorrer uma vez por mês.
Antes, parentes podiam visitar
os detentos todos os dias, exceto às sextas, dia sagrado para os
muçulmanos -religião predominante na Indonésia.
A embaixada do Brasil em Jacarta pediu ao governo abrandar a restrição no caso dos brasileiros; ela dificulta a ida de parentes à Indonésia -a viagem
de ida e volta custa R$ 10 mil.
Ainda não houve resposta.
"É um absurdo", disse Carolina Archer, mãe de Marco. Ela
está em tratamento contra um
câncer no pulmão. Pretende visitar o filho em maio, assim que
as sessões de quimioterapia
acabarem. O presídio fica a 400
km de Jacarta (capital do país).
A Folha apurou que os diplomatas brasileiros não sabem a
abrangência da restrição -se
vale só para Pasir Putih ou todas as prisões e quanto vai durar. A reportagem procurou a
embaixada da Indonésia em
Brasília, mas não teve resposta.
A medida ocorre num momento em que uma comissão
do governo apura corrupção
nas prisões. Ela já encontrou
detentos com quartos individuais, escritórios e até locais
para karaokê, além de TVs de
plasma e computador, segundo
o jornal "The Jakarta Post".
Na prisão onde estão os brasileiros foram recolhidos TVs e
celulares, segundo Marco.
Instrutor de voo livre, Marco, 48, foi condenado à morte
em 2004. Rodrigo, 37, foi condenado no ano seguinte.
Marco espera resposta ao segundo pedido de clemência feito pelo presidente Lula ao colega Susilo Bambang Yudhoyono. O primeiro foi negado. É a
última possibilidade. Em entrevista à Folha, Marco pediu
nova intervenção de Lula -a
embaixada brasileira disse tentar uma solução "harmoniosa".
Rodrigo aguarda o julgamento da apelação. Depois, restam
os pedidos de clemência.
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