São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Indonésia reduz visita a prisão de brasileiros

Estrangeiros só podem ver uma vez por mês os detentos de presídio onde estão Marco Moreira e Rodrigo Gularte, condenados à morte

Embaixada do Brasil em Jacarta pediu ao governo local abrandar a restrição no caso dos brasileiros; ainda não houve resposta

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo indonésio restringiu as visitas estrangeiras ao presídio de Pasir Putih, onde estão Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Gularte, únicos brasileiros condenados à morte no mundo. Eles tentaram entrar no país com cocaína.
Pela nova regra, definida na semana passada, as visitas poderão ocorrer uma vez por mês. Antes, parentes podiam visitar os detentos todos os dias, exceto às sextas, dia sagrado para os muçulmanos -religião predominante na Indonésia.
A embaixada do Brasil em Jacarta pediu ao governo abrandar a restrição no caso dos brasileiros; ela dificulta a ida de parentes à Indonésia -a viagem de ida e volta custa R$ 10 mil. Ainda não houve resposta.
"É um absurdo", disse Carolina Archer, mãe de Marco. Ela está em tratamento contra um câncer no pulmão. Pretende visitar o filho em maio, assim que as sessões de quimioterapia acabarem. O presídio fica a 400 km de Jacarta (capital do país).
A Folha apurou que os diplomatas brasileiros não sabem a abrangência da restrição -se vale só para Pasir Putih ou todas as prisões e quanto vai durar. A reportagem procurou a embaixada da Indonésia em Brasília, mas não teve resposta.
A medida ocorre num momento em que uma comissão do governo apura corrupção nas prisões. Ela já encontrou detentos com quartos individuais, escritórios e até locais para karaokê, além de TVs de plasma e computador, segundo o jornal "The Jakarta Post".
Na prisão onde estão os brasileiros foram recolhidos TVs e celulares, segundo Marco.
Instrutor de voo livre, Marco, 48, foi condenado à morte em 2004. Rodrigo, 37, foi condenado no ano seguinte.
Marco espera resposta ao segundo pedido de clemência feito pelo presidente Lula ao colega Susilo Bambang Yudhoyono. O primeiro foi negado. É a última possibilidade. Em entrevista à Folha, Marco pediu nova intervenção de Lula -a embaixada brasileira disse tentar uma solução "harmoniosa".
Rodrigo aguarda o julgamento da apelação. Depois, restam os pedidos de clemência.


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