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SPTrans terá que pagar
funcionários de viação
DA REPORTAGEM LOCAL
O TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) determinou ontem à
tarde que a SPTrans (São Paulo
Transporte, órgão da prefeitura
que cuida do setor) terá que pagar
os salários de janeiro dos 1.500
funcionários da empresa de ônibus América do Sul, que encerrou
as atividades no último dia 31.
O montante da dívida é estimado pelo sindicato dos motoristas e
cobradores em R$ 1 milhão. A
SPTrans não se manifestou.
A decisão do TRT também impõe uma multa diária de 5% se
houver atraso da SPTrans -R$
49 por motorista e R$ 25 por cobrador. Os trabalhadores também conquistaram 60 dias de estabilidade no emprego.
A frota operacional de 265 veículos da América do Sul esteve
sob intervenção da SPTrans até 23
de janeiro, quando voltou ao controle do empresário Wagner de
Almeida Vieira, ligado a Romero
Niquini, que já foi um dos maiores da capital paulista.
Vieira administrou a empresa
até 31 de janeiro, mas decidiu devolver as linhas, amparado pelo
término da contratação emergencial da prefeitura paulistana. Os
salários dos trabalhadores, entretanto, não foram pagos por ele.
A determinação da juíza Vania
Paranhos se baseou no fato de a
SPTrans ter ficado no controle da
empresa de ônibus na maioria
dos dias de janeiro. O poder público já havia injetado R$ 6,5 milhões na viação durante a intervenção nos meses anteriores.
Neste mês, a SPTrans também
teve que requisitar a frota da empresa e voltou a administrá-la, depois de acordo no TRT.
"A decisão é importante. A prefeitura não pode se isentar dos
problemas, ela é responsável pelo
transporte e pela situação dos trabalhadores", afirmou Geraldo Diniz, da direção do sindicato dos
motoristas e cobradores.
O TRT também decidiu encaminhar uma cópia do processo ao
Ministério Público Estadual. O
advogado do sindicato dos condutores, Antonio Rosella, quer
que haja uma ação por improbidade administrativa contra a prefeita Marta Suplicy e Jilmar Tatto,
secretário dos Transportes.
Rosella alega que a prefeitura
poderia ter rompido a contratação com a América do Sul no final
de 2002, quando ela deixou de pagar os salários. "Eles poderiam ter
tomado alguma atitude, mas não
quiseram resolver os problemas."
Na avaliação de Diniz e de Rosella, a decisão de ontem do TRT
também deixa a prefeitura com a
responsabilidade de assumir as
demais obrigações trabalhistas na
América do Sul, e não apenas os
salários de janeiro. A assessoria
do tribunal nega a informação.
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