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Polícia Rodoviária terá novo comando
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, deverá substituir
o diretor-geral do Departamento
de Polícia Rodoviária Federal, general Álvaro Henrique Vianna de
Moraes, alvo de investigações sobre supostas irregularidades
ocorridas em sua gestão.
A saída de Moraes não é confirmada oficialmente pelo governo.
A Folha apurou que sua situação
ficou insustentável com a divulgação, na última sexta-feira, de que
esse diretor de um órgão vinculado ao ministério da Justiça deixara de cumprir decisões judiciais.
Em janeiro, o ministro já havia
sido procurado por parlamentares do PT, que ofereceram novas
denúncias contra Moraes e manifestaram insatisfação com sua
permanência. General da reserva,
ele deixou o serviço ativo em 1997
e dirige o órgão desde dezembro
de 1999. A Polícia Rodoviária Federal vinha oferecendo dificuldades para entregar à Polícia Federal
documentos requisitados para
perícia grafotécnica, em inquérito
policial instaurado para apurar a
suspeita de fraude na aquisição,
sem licitação, de 220 veículos, no
final de 1995, por cerca de R$ 8
milhões. O Ministério Público Federal investiga a suspeita de direcionamento da concorrência.
Uma perícia revelou que o contrato exigia o fornecimento de veículos com injeção eletrônica e foram
entregues modelos com carburador tradicional.
Como Moraes não teria atendido aos ofícios da Polícia Federal e
às determinações de um juiz federal, a promotoria requereu a decretação de busca e apreensão dos
documentos. Thomaz Bastos interpelou Moraes na sexta-feira,
tendo fixado prazo até a última
segunda-feira para a prestação de
esclarecimentos. O ministro enviou à Consultoria Jurídica as explicações e documentos oferecidos pelo diretor.
Quando o general da reserva foi
confirmado no cargo, Thomaz
Bastos foi procurado por três parlamentares petistas, liderados pelo deputado federal Dr. Rosinha
(PT-PR). Em caráter reservado,
eles entregaram um relatório com
outras supostas irregularidades
na gestão do militar. O ministro
encaminhou o relatório à Consultoria Jurídica da pasta. Dr. Rosinha aproveitou o encontro para
sugerir para o cargo um servidor
da Polícia Rodoviária lotado no
Paraná, sua base eleitoral.
Entre as denúncias apresentadas contra Moraes, consta a suspeita de superfaturamento em
outra aquisição de veículos, com
prejuízos estimados em R$ 3,8
milhões, e supostas ilegalidades
na aquisição de helicópteros para
a Polícia Rodoviária, em 2001.
Em dezembro último, ao julgar
processo sobre a concorrência para a compra dos helicópteros, o
Tribunal de Contas da União decidiu enviar cópia dos autos para
a Controladoria Geral da União,
diante do "ilícito de substituição
de páginas do contrato".
O dossiê aponta também supostas irregularidades na prestação
de serviços ao órgão e no pagamento de vantagens a servidores.
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