UOL


São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Itapevi e Jandira, com habitação e infra-estrutura urbana precárias e perfil de cidade-dormitório, são campeãs em registros

Grande SP tem líderes de casos de dengue

Nestor Miller/"A Gazeta"
Servidores da Prefeitura de Cariacica (ES) visitam o bairro Jardim América, onde uma mulher morreu vítima de dengue hemorrágica


AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Itapevi e Jandira, dois municípios do oeste da Grande São Paulo, são os campeões no Estado de casos de dengue autóctones, adquiridos no local. Nas seis primeiras semanas deste ano, foram notificados 580 e 422 casos, respectivamente.
As duas cidades estão entre as mais vulneráveis da região metropolitana, com habitação e infra-estrutura urbana precárias e grande número de pessoas que dorme ali e trabalha fora, especialmente em São Paulo.
A epidemia preocupa também pela proximidade com a capital. O bairro de Perdizes, na zona oeste paulistana, região de classe média, não tem casos de dengue, mas é campeão em focos do mosquito.
Uma explicação para os focos é a resistência das pessoas em abrir a porta para que agentes de saúde vistoriem depósitos de água. Entre a pobreza de um lado e a pouca colaboração do outro, pode estar a combinação para uma epidemia em bairros paulistanos de classe média, dizem os técnicos.
Uma doméstica ou um trabalhador de serviços gerais contaminado em Itapevi ou Jandira, se picado por um Aedes nos melhores bairros, pode levar a epidemia para as regiões mais nobres, incluindo Perdizes. Lembram os técnicos que, nesse caso, a responsabilidade maior é dos moradores que dificultam o combate ao mosquito.
Na ponta pobre, onde a epidemia se instalou, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias do Estado) informou que dez novas equipes estão se juntando às sete já em operação. Cerca de 400 membros das "frentes de trabalho" do Estado estão sendo deslocados para a área, e Brasília enviará dez veículos. "Estamos fazendo o possível para que a epidemia não se alastre", diz Luiz Jacintho da Silva, superintendente da Sucen.

Espírito Santo
O governo do Espírito Santo decretou situação de emergência devido à elevada incidência de dengue no Estado. O crescimento maior foi no número de casos de dengue hemorrágica, que cresceu 600% em relação aos primeiros 45 dias de 2002 (de 8 para 56).
Quanto à forma clássica da doença, houve 5.014 registros neste ano (13% a mais), enquanto no mesmo período do ano passado foram 4.440 notificações, de acordo com as autoridades estaduais de saúde.
(Colaborou a Agência Folha)


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Universidade de Londrina cria bioinseticida
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.