KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A terra tremeu em ao menos 13 municípios do interior do Ceará na madrugada do último domingo. O abalo de 30 segundos e 3,5 graus de intensidade na escala Richter não causou prejuízos materiais nem deixou feridos, mas assustou os moradores, que saíram de casa sob forte estrondo.
O abalo é o terceiro apenas neste ano e com o mesmo epicentro, a localidade de Jordão, em Sobral (240 km de Fortaleza). Das vezes anteriores, porém, foram mais fracos, de menos de 2,5 graus. Na última sexta, outro tremor, de 2,3 graus, já havia sido detectado em um município próximo, Catarina.
Abalos sísmicos são comuns no Ceará, tanto que há acompanhamento sistemático desses fenômenos, com quatro aparelhos sismográficos espalhados pelo Estado -um deles em Sobral. A análise dos dados é feita pela Defesa Civil do Estado e pelo Laboratório Sismológico da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
A principal explicação para a incidência dos tremores é que o Ceará está localizado sobre falhas geológicas. Com a acomodação de placas tectônicas (enormes placas de rocha que formam a crosta terrestre), há os abalos.
Outra hipótese também é levantada pelos estudos: os tremores seriam causados por acomodação de terras em locais onde houve explosões induzidas para a construção de barragens.
Um tremor de 3,5 graus na escala Richter não é considerado forte, mas é capaz de causar estragos.
Segundo Ioneide Araújo, assessora técnica da Defesa Civil do Ceará, algumas casas da região mais afetada deverão ter suas estruturas reforçadas para suportar eventuais tremores.
O maior abalo já sentido no Ceará foi em 1980, na cidade de Pacajus, com intensidade de 5,2 graus na escala Richter. No mundo, o maior foi na década de 1960, de 9,5 graus, no Chile.
Hoje, os pesquisadores da UFRN devem chegar a Sobral para avaliar o que ocorreu e instalar um link que vai permitir que eles acompanhem as atividades sísmicas na região pela internet.


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