ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No começo dos anos 80, Bill Duncan passou a receber em casa cartões-postais despachados da Europa. Por meio deles, recebia informações detalhadas sobre o sabor de cervejas estrangeiras.
"Ele gostava muito de um chope. Em cada país que eu conhecia, tomava cerveja e mandava para ele um postal dizendo como é que era a bebida daquele lugar", lembra o jornalista Mário Marinho, autor das correspondências endereçadas a Guilherme José Duncan de Miranda.
Na década de 60, já formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, o fluminense de Campos dos Goytacazes ganhou na Redação do "Jornal da Tarde", diário que ajudou a fundar, o apelido de Bill, lembra o amigo Ruy Portilho.
O primeiro lugar em que trabalhou foi um escritório de arquitetura, como estagiário. Depois, passou pelo "Jornal do Brasil", em SP, e pelo Grupo Estado, onde ficou por mais de 20 anos.
A partir de 1989, assumiu a vaga de gerente de comunicação da Esso Brasileira de Petróleo. Coordenou por mais de 20 anos o Prêmio Esso de Jornalismo. "Ele incentivou a criação das categorias de arte gráfica, com muita resistência, porque a marca do prêmio sempre foi a reportagem", conta Ruy, seu sócio na RP Consultoria, que hoje cuida do prêmio.
Bill Duncan morreu anteontem, aos 66, no Rio, de falência dos órgãos. Lutava contra um câncer. Deixa viúva, três filhos e seis netos.

obituario@grupofolha.com.br


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