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Paraisópolis terá ação social, mas PM continua
Ocupação será mantida por tempo indeterminado
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado anunciou ontem que fará uma série
de ações sociais -a Virada Social- na favela de Paraisópolis
(na divisa das zonas sul e oeste),
que está ocupada por PMs desde o início de fevereiro. Não há
prazo para a PM deixar o local.
A ocupação começou após
um protesto de moradores que
terminou em confronto com
policiais em 2 de fevereiro. A
manifestação ocorreu após a
PM prender um suspeito de
tráfico e matar outro durante
operação policial.
O lançamento da Virada Social ocorreu ontem sem o detalhamento das ações. O secretário de Estado da Assistência Social, Rogério Amato, disse que
as atividades ainda estavam
sendo definidas.
A maior parte das ações sociais, porém, só começará após
a PM deixar o local. Até lá, serão realizadas apenas ações
coordenadas pela própria PM,
como atendimentos odontológicos e palestras educativas.
Isso porque a região é considerada insegura pelo próprio
secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. "Numa
área em que dão tiro de fuzil na
polícia, o senhor há de concordar comigo que primeiro precisa estabilizar, não é?", disse.
"Estabilizar a área" significa,
no jargão policial, ter total controle territorial, impedindo,
por exemplo, o tráfico.
No lançamento, um grupo de
cerca de dez moradores protestou contra a polícia. A comerciária Gisele Cristina dos Santos, 28, afirmou que a casa dela
e de vários vizinhos foi invadida
sem mandado por policiais. A
secretaria informou não ter informações sobre violência policial ou abuso de autoridade.
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