São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

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Paraisópolis terá ação social, mas PM continua

Ocupação será mantida por tempo indeterminado

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado anunciou ontem que fará uma série de ações sociais -a Virada Social- na favela de Paraisópolis (na divisa das zonas sul e oeste), que está ocupada por PMs desde o início de fevereiro. Não há prazo para a PM deixar o local.
A ocupação começou após um protesto de moradores que terminou em confronto com policiais em 2 de fevereiro. A manifestação ocorreu após a PM prender um suspeito de tráfico e matar outro durante operação policial.
O lançamento da Virada Social ocorreu ontem sem o detalhamento das ações. O secretário de Estado da Assistência Social, Rogério Amato, disse que as atividades ainda estavam sendo definidas.
A maior parte das ações sociais, porém, só começará após a PM deixar o local. Até lá, serão realizadas apenas ações coordenadas pela própria PM, como atendimentos odontológicos e palestras educativas.
Isso porque a região é considerada insegura pelo próprio secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. "Numa área em que dão tiro de fuzil na polícia, o senhor há de concordar comigo que primeiro precisa estabilizar, não é?", disse.
"Estabilizar a área" significa, no jargão policial, ter total controle territorial, impedindo, por exemplo, o tráfico.
No lançamento, um grupo de cerca de dez moradores protestou contra a polícia. A comerciária Gisele Cristina dos Santos, 28, afirmou que a casa dela e de vários vizinhos foi invadida sem mandado por policiais. A secretaria informou não ter informações sobre violência policial ou abuso de autoridade.


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