São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Revisão permite modernização, diz historiadora

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a historiadora Maria Cecília Naclério Homem, professora aposentada da FAU e do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, a revisão do tombamento proposta pelo Condephaat é positiva, pois pode possibilitar a modernização da região da Santa Efigênia.
"Acho válido preservar a fachada e fazer construções mais modernas dentro. O conjunto é que é importante", diz. "Esse processo foi muito usado em Paris, por exemplo, e deu certo", acrescenta.
Para ela, em uma cidade com pouca memória como São Paulo, a preservação histórica pode contribuir para a revitalização imobiliária de áreas degradadas. "As pessoas gostam da história, querem preservar o patrimônio. Regiões com essas características tendem a ser valorizadas, atrair novos empreendimentos."
Professora de história de São Paulo, ela destaca que o bairro de Santa Efigênia já passou por muitas modificações desde o seu surgimento, na segunda metade do século 19.
"Originalmente, era um bairro nobre, com palacetes residenciais, e bem servido de infra-estrutura urbana. Hoje está deteriorado", destaca.
Já Sarah Feldman destaca a necessidade de um estudo prévio para a adaptação dos prédios. "Eu acho que os imóveis em geral que poderiam ser utilizados têm de ter uma adaptação. A questão agora é saber como isso vai ocorrer no âmbito do projeto urbanístico. Não dá para pensar que vai ficar só a casca e ponto final. A preservação implica em intervenção. Não é simplesmente não mexer em nada", afirmou a arquiteta urbanista e professora da USP de São Paulo.
Para ela, a decisão do Condephaat mantém o aspecto de conjunto urbano dos imóveis tombados, concentrados em poucas ruas. "Uma listagem de tombamento é o primeiro passo. Agora tem de ter um projeto urbanístico e diretrizes claras de como utilizar."
(LC e ES)


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