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Números não são confiáveis
da Redação
Um exemplo da falta de confiabilidade dos números da violência
no Rio de Janeiro foi revelado pela
Folha no ano passado.
Até novembro de 1998, a Secretaria da Segurança Pública do Rio
não incluía nas estatísticas de homicídios do Estado as mortes praticadas por policiais .
Entre 1º de janeiro e 4 de novembro do ano passado, 599 pessoas
haviam sido mortas pela polícia
carioca -e todas essas mortes foram classificadas como autos de
resistência, não como homicídios.
Feito geralmente pela Polícia Militar, o registro na delegacia é classificado como auto de resistência,
o que significa que houve reação
armada por parte da vítima, que,
em razão do ataque aos policiais,
foi morta.
Isso significa que todas as 599 vítimas policiais, sem exceção, atacaram os policiais a tiros e morreram no confronto.
O rótulo auto de resistência, implica, na maioria das vezes, impunidade para os policiais envolvidos nas mortes, porque os casos
acabam sendo arquivados sem ir a
julgamento.
A secretaria afirmou que a classificação não era feita para omitir a
quantidade real de mortes ocorridas no Estado, mas consequência
de uma rotina operacional.
As estatísticas, disse a secretaria,
eram feitas com base nos registros
das delegacias. As delegacias, por
sua vez, forneciam separadamente
as listas de homicídios e de autos
de resistência e os números não
eram somados.
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