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Ossos dão lugar a novo corpo
OTAVIO DIAS DE OLIVEIRA
repórter fotográfico
A estudante Madalene Fagundes, 20, assistiu acompanhada da mãe, Hilda Fagundes,
44, a sepultura de seu irmão ser
transformada em uma nova cova do Cemitério São Luiz.
Seu irmão tinha 17 anos
quando morreu, há mais de
seis anos, vítima da PM, segundo Madalene.
"Ele nunca tinha ido preso,
mas, segundo a PM, ele teria
reagido. Acho que foi uma
grande injustiça", disse Hilda.
A administração do cemitério decidiu exumar (tirar da sepultura) os ossos, que foram
transferidos para uma das gavetas do ossuário que ocupa
quase todo o muro do São Luiz.
Depois que os ossos foram retirados da sepultura, Madelene
e a mãe ficaram observando os
restos mortais do parente, que
foram postos em um saco plástico azul com o logotipo do Serviço Funerário do Município
de São Paulo.
"Poxa, ele era grande e cabe
todo só num saquinho", disse
Madalene, enquanto segurava
e observava atentamente o crânio do irmão, que foi posto junto com os demais ossos.
Minutos depois, os funcionários do cemitério terminaram
de remover a terra da sepultura, que deveria ser usada para
um novo enterro até o fim de
semana, muito provavelmente
de outra vítima da violência.
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