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Nem toda verba elimina enchente, diz Kassab
Prefeito afirma que mesmo que usasse todo o Orçamento problema não seria resolvido em sua gestão, que termina em 2012
Segundo Gilberto Kassab (DEM), obras no Pirajussara terminam neste ano; no Ipiranga, previsão é para
"pelo menos dois anos"
Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
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Carro que caiu em córrego na av. Robert Kennedy, em São Bernardo do Campo, um dia após a chuva
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) disse ontem que não
conseguirá eliminar as enchentes em São Paulo durante sua
gestão, que acaba em 2012.
Kassab, que está no comando
da prefeitura há mais de quatro
anos, primeiro como vice e depois como titular, afirmou que
até dá para eliminar os pontos
de alagamento, mas não enquanto estiver no cargo -o prefeito não especificou um prazo.
"Evidente que na nossa gestão não terá solução", disse ele,
que estava em Brasília anteontem, quando a cidade teve 60
pontos de alagamento, trânsito
recorde e trens parados depois
de três horas de chuva forte.
"Nem se o Orçamento inteiro
[superior a R$ 27 bilhões neste
ano] fosse voltado para medidas antienchente seria o suficiente para resolver numa única gestão", afirmou o prefeito.
Desde quando assumiu, em
2006, Kassab vem afirmando
que os problemas de enchentes
em São Paulo são insolúveis.
Kassab estipulou prazo para
conclusão de obras: no Pirajussara, na zona oeste, disse que
tudo será entregue até o final
do ano; no Ipiranga, bairro da
zona sul mais atingido pela enchente de anteontem, as obras
no rio local estarão concluídas
"pelo menos em dois anos".
Questionado sobre o fato de a
prefeitura ter gasto este ano
mais com publicidade do que
com obras antienchente, conforme a Folha revelou ontem,
o prefeito respondeu: "Não podemos comparar laranja com
banana. A verba de publicidade
é fundamental na área de prevenção de enchente, de dengue", disse, sem, porém, contestar os números. "Pode passar a impressão de que a prefeitura está agindo errado."
Clima
Uma frente fria no sul do Estado foi um dos fatores que
contribuíram para que São Bernardo do Campo, no ABC, fosse
um dos locais mais atingidos
pela chuva de anteontem.
São Bernardo faz divisa com
parte da zona sul da capital,
também bastante atingida.
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a passagem da
massa de ar frio fez com que o
vento mudasse de sentido
-grosso modo, em vez de soprar do litoral para o interior,
ele passou a vir da região central do país, tornando-se mais
quente e úmido e aumentando
as chances de chuva.
Apesar da força, a chuva de
terça-feira não foi a maior do
ano. O recorde de 2009 registrado pelo Inmet foi em 9 de janeiro, quando choveu 71,4 mm
-o índice de anteontem foi de
68,4 mm. O ocorrido neste mês
está dentro da média histórica
de março, período de transição
entre a época chuvosa do verão
e a seca do inverno.
A chegada do outono, na próxima sexta-feira, marca um período de diminuição de chuvas,
de acordo com o Inmet.
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