DO "AGORA"

Andar a pé é mais vantajoso do que pegar ônibus em alguns trechos da estrada do M'Boi Mirim (zona sul de SP).
A reportagem fez, na manhã de ontem, o trajeto de 6 km entre o terminal Jardim Ângela e a avenida Guido Caloi de duas formas: pelo ônibus da linha Pinheiros e a pé. O tempo total a pé foi de uma hora e 13 minutos, só oito minutos a mais do que de ônibus -segundo o site da SPTrans, todo o percurso poderia ser feito em 38 minutos.
Porém, entre o número 1.700 da via e a avenida Guido Caloi -um trecho de pouco mais de 2 km-, o coletivo levou 35 minutos para completar o caminho. A pé, o trecho durou apenas 29 minutos.
Na parte inicial, os veículos fluíam sem problemas, inclusive no corredor de ônibus. No entanto, na altura do número 1.700, o corredor parou, com trânsito intenso.
Até aquele ponto, o ônibus demorou 20 minutos, e o pedestre, 44 minutos. Nos últimos 2,2 quilômetros, com o fluxo parado na faixa exclusiva, quem caminhava foi mais rápido (35 minutos em coletivo ante apenas 29 a pé).
Muitos moradores da região preferem caminhar pela estrada, em alguns casos por mais de duas horas, a esperar um coletivo lotado. "Faço o caminho a pé há oito meses e é melhor do que enfrentar tumulto", diz o empreiteiro de obras Genivaldo Nunes, 49. Ele anda desde sua casa, no Jardim Ângela (zona sul), até o trabalho, em Santo Amaro.
Os terminais e pontos lotados, a demora e o empurra-empurra nas catracas geraram dois protestos nesta semana, um na segunda e o outro na terça. As manifestações fecharam a estrada do M'Boi Mirim e pioraram ainda mais o trânsito. Anteontem, houve reforço de policiais militares e agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na região.


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