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EDUCAÇÃO
MEC não fez avaliação detalhada da paralisação dos professores, mas informou que a maioria não aderiu
Greve atinge 31 universidades federais
FERNANDO ROSSETTI*
da Reportagem Local
Professores de pelo menos 31 das
52 Instituições Federais de Ensino
Superior aderiram ontem à convocação de uma paralisação de
dois dias, segundo um levantamento da Andes (o sindicato nacional de docentes universitários).
O MEC (Ministério da Educação) não fez uma avaliação detalhada da adesão. Disse, pela assessoria de imprensa, que em consulta com reitores apurou que a paralisação é parcial e que a maioria
das universidades não aderiu.
Segundo a presidente da Andes,
Maria Cristina de Morais, além
das 31 universidades em greve, outras duas vão parar por um dia. Oito decidiram não paralisar as atividades -como a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a
UFSC (Universidade Federal de
Santa Catarina).
A entidade nacional dos docentes não conseguiu dados de 11 universidades -a maioria na região
norte do país. "No segundo dia de
paralisação, em geral a adesão é
maior", diz Cristina.
A paralisação dos professores
universitário vinculados ao MEC
tem três reivindicações ditas
"emergenciais". A primeira é um
reajuste salarial de 48,65%, para
repor perdas acumuladas em mais
de três anos sem aumento.
O MEC diz que a questão salarial
do pessoal das federais está vinculada ao restante do funcionalismo
público federal e que, portanto, a
decisão não é do ministério.
O segundo ponto das reivindicações emergenciais é a retirada da
medida provisória que criou o
Programa de Incentivo à Docência
-estopim dessa paralisação.
O programa, que institui um sistema de bolsas para professores
que desenvolverem projetos especiais para melhorar o ensino de
graduação, foi lançado em 12 de
fevereiro, quando os professores
iniciavam a campanha salarial.
Como as bolsas atingem apenas
parcela dos docentes, a medida foi
interpretada como uma alternativa frágil aos aumentos salariais
-até os reitores se posicionaram
contra o programa.
O ministro Paulo Renato Souza
afirma que o projeto faz parte da
política de priorização da melhoria da graduação na universidade e
que não tem nada a ver com reajuste salarial.
Por último, os docentes querem
que o ministério promova concurso para a contratação de professores e funcionários -e que o número de vagas seja ampliado.
Nesse caso, o problema é que,
atualmente, o MEC está discutindo com os reitores critérios para a
formação do corpo de funcionários de cada instituição.
O secretário de Ensino Superior
do MEC, Abilio Baeta Neves, diz
que vai abrir concurso, só que
após a conclusão dessa discussão.
Colaborou a Agência
Folha
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