São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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4 dos 13 mortos no Rio não tinham ficha criminal

Entre as pessoas sem antecedentes, três foram baleadas pela polícia em confronto no morro da Mineira anteontem

Ontem, a troca de tiros entre policiais e criminosos no morro do Pavão-Pavãozinho causou novo pânico no Rio -desta vez em Copacabana

ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Quatro das 13 pessoas mortas anteontem no confronto no morro da Mineira, na região central do Rio de Janeiro, não tinham antecedentes criminais. Três delas foram baleadas em confronto com a polícia -uma era menor de idade.
A disputa entre facções criminosas pelo controle de pontos-de-venda de drogas levou a população ao desespero.
Segundo nota divulgada pela polícia, Alan Duarte Moraes, 25, André Ferreira da Costa, 26, e um adolescente de 17 anos foram "feridos e vieram a falecer no HMSA [hospital municipal Souza Aguiar]". "Com os meliantes, foram arrecadados dois fuzis e uma granada".
Anteontem, o prefeito Cesar Maia (DEM) afirmara que os supostos criminosos teriam sido deixados mortos no hospital. "Os policiais depositaram os corpos como se eles ainda tivessem alguma chance de ser atendidos com vida", reclamou. A prefeitura administra o Souza Aguiar, onde foram deixados os 13 mortos e os seis feridos.
O quarto morto foi Guilherme José Pezzino Cavalcante, 24. Ele não tinha antecedentes criminais e teria sido morto em confronto entre traficantes.
Entre os mortos no confronto, está Luiz Fabiano Higino, 31, conhecido como "Fafa". Ele seria o antigo "gerente do pó", segundo a polícia, do morro da Mineira, quando a favela era dominada pelo Comando Vermelho. A facção ADA (Amigo dos Amigos) teria tomado o controle dos pontos-de-venda de drogas na base do morro.
Até ontem à noite, dois supostos bandidos permaneciam internados sob custódia no hospital Souza Aguiar: Rodrigo Alves Ferreira, que seria o gerente do tráfico no morro da Formiga, na Tijuca (zona norte) e um homem ainda não-identificado. Dois adolescentes foram presos em flagrante com um fuzil e duas pistolas.

Novo tiroteio
Ontem, a troca de tiros entre criminosos e policiais civis no morro do Pavão-Pavãozinho provocou novo pânico no Rio, desta vez em Copacabana (zona sul). Em busca de três criminosos, os agentes cumpriram um dos mandados de prisão, mataram um suposto traficante, detiveram sete pessoas e apreenderam uma espada.
"Alguns integrantes do CV têm esse hábito de colecionar espadas", afirmou o delegado Carlos Oliveira. Policiais posaram para as fotos com a arma. "Parece a espada do He-Man [personagem de desenho animado]", disse Oliveira.


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