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Polícia indicia pai sob a acusação de matar Isabella
A polícia também já tinha decidido pelo indiciamento da madrasta da menina
Nardoni depôs por 8 horas e manteve a versão de que o apartamento foi invadido; Anna Jatobá só começou
a ser interrogada à noite
Apu Gomes/Folha Imagem
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Alexandre Nardoni é escoltado pela polícia ao sair da casa do pai
ANDRÉ CARAMANTE
LUÍS KAWAGUTI
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29, foi
indiciado ontem pela Polícia
Civil sob a acusação de assassinar a sua filha Isabella, 5. A mulher dele, Anna Carolina Jatobá, 24, madrasta da menina,
também deveria ser indiciada.
A decisão da polícia de pedir
o indiciamento foi confirmada
na tarde de ontem pelo delegado Aldo Galiano Júnior, diretor
do Decap (Departamento de
Polícia Judiciária da Capital),
antes mesmo do final do interrogatório de Nardoni no 9º DP
(Carandiru). "Nesse momento,
eles estão indiciados", disse o
delegado, ao afirmar que Alexandre já havia sido informado
disso e que Anna seria notificada durante seu depoimento.
Informações do laudo conclusivo do Instituto de Criminalística (IC) foram fundamentais para pedir o indiciamento
-os peritos acharam sangue da
menina no carro do casal e na
cadeirinha de bebê.
Para os responsáveis pelo caso, o crime está "praticamente
solucionado". Conforme a Folha revelou na quarta, para a
polícia foi Nardoni quem arremessou Isabella do 6º andar do
prédio onde ele mora depois de
Anna ter tentado asfixiá-la.
Apesar de já saber que seria
indicado, Nardoni, em quase
oito horas de depoimento,
manteve a versão de que alguém invadiu seu apartamento
na noite do dia 29 e atirou Isabella pela janela. O interrogatório de Anna Jatobá teve início
às 19h45 e continuava até a
conclusão desta edição.
Nardoni e Anna chegaram
ontem ao 9º DP sob forte esquema de segurança, por volta
das 11h15. Na saída da casa do
pai de Nardoni e na entrada do
DP, uma multidão aguardava o
casal aos gritos de "assassinos"
e "lincha". Policiais tiveram de
usar escudos para evitar que
pedras atingissem o casal. Ao
sair da casa, Anna chorava.
Assim que entraram na delegacia, o casal foi mantido sempre em salas separadas. Nardoni começou a ser interrogado
por volta das 11h45 e respondeu
a todas as perguntas.
Os delegados Calixto Kalil
Filho e Renata Helena Pontes,
do 9º DP, e o promotor Francisco José Taddei Cembranelli foram os responsáveis pelas perguntas. O depoimento foi
acompanhado por dois advogados da defesa e um escrivão.
Em esquema de revezamento, um dos três advogados do
casal sempre amparava a madrasta na outra sala. Durante o
interrogatório de Nardoni, Anna ficou na sala da chefia dos
investigadores.
Segundo Galiano Júnior, os
policiais que investigam o caso
ainda decidiriam quais serão as
qualificadoras do indiciamento
por homicídio. Na madrugada,
policiais informaram que o casal seria acusado de homicídio,
com três agravantes: motivo fútil, impossibilidade de defesa
da vítima e meio cruel.
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