JULIO ABRAMCZYK

A divulgação científica brasileira está de luto com a morte, dia 16, do professor José Reis. Graças ao seu esforço pioneiro e constante, nos últimos 54 anos, na Folha, foi incrementada a participação de cientistas na divulgação na ciência. E, principalmente, os pesquisadores passaram a aceitar a presença de jornalistas, facilitando a interpretação dos achados da ciência para o grande público.
O professor Crodowaldo Pavan, presidente da Associação Brasileira de Divulgação Científica, destacava que Reis foi fantástico na ciência e extraordinário como jornalista.
Reis ensinava que a ciência é uma atividade sistemática e coletiva para aumentar o conhecimento humano. Não acaba na descoberta de novos dados, mas em sua divulgação.
O professor José Reis pontificou na disseminação do conhecimento. Sua maior herança é como fazê-la nos meios de comunicação: "Artigo de divulgação não é capítulo de manual técnico, nem se destina a público homogêneo, o que obriga muitas vezes o divulgador a recorrer a analogias. Não comporta pormenores técnicos para corroborar determinadas afirmações. Tem de ser quanto possível humano, deixando perceber a palpitação dos seres que se empenharam nas descobertas. Tem de colocar a informação específica dentro de contexto maior, para que o leitor compreenda a importância e significação do que ela encerra."


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