São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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Escolas de hoje valorizam mais o "rebelde"

DA REVISTA

A discussão rebeldia versus submissão se aplica também à educação. Como formar pessoas ousadas, críticas e que sejam ao mesmo tempo capazes de aceitar regras e trabalhar em equipe?
É uma equação complicada, garantem os especialistas. "A tendência na educação hoje é valorizar o estudante rebelde, embora esse adjetivo seja suavizado e trocado por questionador, contestador", diz o psicólogo José Ernesto Bologna, 54.
A psicopedagoga Nívea Carvalho Fabrício, 50, concorda. "Os professores acham que valorizam o obediente, mas dão mais crédito ao contestador." Para Nívea, "barrichellos" e "romários" têm as mesmas características: baixa auto-estima, desconfiança, carência e timidez, "camuflada" no caso dos rebeldes.
Em casa, pais com perfis específicos tendem a estimular que os filhos sigam a mesma linha. A publicitária Tânia Regina Janpaulo, 42, incentiva a filha Beatriz, 13, a adotar comportamento contestador. Pais de "espírito romário", Tânia e o marido acham que se o jovem não tiver postura agressiva, "não conseguirá nada na vida".
Já os Seixas da Silva lembram a "família scolari": regrados, obedientes e imbuídos de espírito de grupo. A pediatra Maria Conceição, 51, se orgulha dos filhos Luana, 13, e Edson, 12. "Não gostam de farra, dizem que preferem ficar com os pais do que com os amigos. Nunca nos desobedecem."


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