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Falta informação, diz cirurgião-dentista
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA REPORTAGEM LOCAL
Arrancar dentes é uma das principais funções do cirurgião-dentista Adriano Marcelo Lopes. Formado há cinco anos, ele trabalha
no interior do Ceará e em Fortaleza e afirma que o maior problema
é a falta de informação.
"Principalmente no interior, os
que têm mais de 30 anos não aceitam o tratamento e exigem a retirada do dente porque acham que
consertar é bobagem", diz.
Em Paracuru (90 km de Fortaleza), Lopes trabalha para a prefeitura e atende aproximadamente
30 pessoas por dia, de segunda a
quinta-feira. Quase a metade dos
atendimentos é para a extração. Já
em seu consultório, em Fortaleza,
cobra R$ 20 por extração.
São Paulo
Em São Paulo, o hábito de arrancar os dentes quando começam a doer também é recorrente.
O aposentado Antônio Batista da
Silva, 73, já nem se lembra há
quantos anos usa dentadura.
Lembra-se, porém, de quando começou a perder os dentes. "Doía
muito, ia ficando mole e eu puxava com a mão. Você acredita?"
De um em um, foi arrancando
quase todos. Ele se lembra de ter
ido ao dentista só três vezes. Na
segunda, pôs dentadura. "Não me
acostumava, era horrível. Até que
minha mulher jogou fora. Daí fiquei anos sem." A dificuldade para se alimentar e o incômodo o levaram a voltar ao dentista. "Consegui usar e estou com ela até hoje. Ultimamente ela não anda
mais muito boa. Se puder, troco."
A dona-de-casa Olga Stefano,
66, conta que começou a perder
os dentes quando estava em sua
segunda gravidez, aos 28 anos.
"Dentista era um absurdo de caro. Ainda deve ser, eu acho. Eu
não tinha condições na época. Então, quando conseguia juntar dinheiro, ia ao dentista só para arrancar o dente e me livrar da dor."
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