São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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Falta informação, diz cirurgião-dentista

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Arrancar dentes é uma das principais funções do cirurgião-dentista Adriano Marcelo Lopes. Formado há cinco anos, ele trabalha no interior do Ceará e em Fortaleza e afirma que o maior problema é a falta de informação.
"Principalmente no interior, os que têm mais de 30 anos não aceitam o tratamento e exigem a retirada do dente porque acham que consertar é bobagem", diz.
Em Paracuru (90 km de Fortaleza), Lopes trabalha para a prefeitura e atende aproximadamente 30 pessoas por dia, de segunda a quinta-feira. Quase a metade dos atendimentos é para a extração. Já em seu consultório, em Fortaleza, cobra R$ 20 por extração.

São Paulo
Em São Paulo, o hábito de arrancar os dentes quando começam a doer também é recorrente. O aposentado Antônio Batista da Silva, 73, já nem se lembra há quantos anos usa dentadura. Lembra-se, porém, de quando começou a perder os dentes. "Doía muito, ia ficando mole e eu puxava com a mão. Você acredita?"
De um em um, foi arrancando quase todos. Ele se lembra de ter ido ao dentista só três vezes. Na segunda, pôs dentadura. "Não me acostumava, era horrível. Até que minha mulher jogou fora. Daí fiquei anos sem." A dificuldade para se alimentar e o incômodo o levaram a voltar ao dentista. "Consegui usar e estou com ela até hoje. Ultimamente ela não anda mais muito boa. Se puder, troco."
A dona-de-casa Olga Stefano, 66, conta que começou a perder os dentes quando estava em sua segunda gravidez, aos 28 anos. "Dentista era um absurdo de caro. Ainda deve ser, eu acho. Eu não tinha condições na época. Então, quando conseguia juntar dinheiro, ia ao dentista só para arrancar o dente e me livrar da dor."


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