São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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ENSINO SUPERIOR

Instituição será primeira federal da região; Tarso rebate críticas

Lula autoriza universidade no ABC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou ontem o Ministério da Educação a enviar em até 30 dias ao Congresso um projeto de lei propondo a criação da primeira universidade federal no ABC paulista. A região é o berço político de Lula e do PT.
O aval foi dado em reunião no Palácio do Planalto do presidente com prefeitos da região, deputados e ministros, entre eles o da Educação, Tarso Genro.
Se o projeto for aprovado ainda neste ano, o MEC prevê que em 2005 já seja possível começar a implantar centros e programas da universidade. Em São Paulo já existem duas universidades federais: a UFSCar (São Carlos) e a Unifesp (São Paulo).
A proposta é criar a universidade com três centros -tecnologia e indústria, educação e ciências sociais. A meta é oferecer 20 mil vagas em cursos de graduação em que o aluno tem parte das aulas no local e o restante a distância.
Também seriam oferecidos cursos de mestrado (2.500 vagas) e de doutorado (mil vagas) nas mesmas áreas da graduação.
Os custos para manter a instituição ainda estão sendo levantados, mas Tarso Genro diz que não seriam altos. A proposta de criação da universidade faz parte do projeto de expansão da rede pública de ensino superior.

"Pensamento elitista"
Tarso classificou ontem de "pensamento elitista" e de "arroubos intelectuais" as críticas ao projeto do governo de reserva de 50% das vagas em instituições federais de ensino superior para alunos da rede pública.
Afirmou que trabalhará para o percentual não ser modificado nas discussões dos parlamentares. "Mas, se a maioria chegar a 45%, por exemplo, não somos militantes do "não'", disse Tarso.
"Há um pensamento elitista, classificado de esquerda, que vê a universidade pública como um núcleo intocável. Esse pensamento casa com a visão elitista de que a pública também deveria ser paga por uma parcela de alunos." Proposta a ser enviada pelo governo federal ao Congresso prevê cotas de, pelo menos, metade das vagas nas federais para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Entre essas vagas estão cotas para negros e índios.
O projeto foi recebido com ressalvas por reitores. Ana Lúcia Gazzola, presidente da Andifes (associação de reitores de universidades federais), não é favorável à idéia de o governo determinar o número de vagas das cotas.


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