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ENSINO SUPERIOR
Instituição será primeira federal da região; Tarso rebate críticas
Lula autoriza universidade no ABC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva autorizou ontem o Ministério da Educação a enviar em até
30 dias ao Congresso um projeto
de lei propondo a criação da primeira universidade federal no
ABC paulista. A região é o berço
político de Lula e do PT.
O aval foi dado em reunião no
Palácio do Planalto do presidente
com prefeitos da região, deputados e ministros, entre eles o da
Educação, Tarso Genro.
Se o projeto for aprovado ainda
neste ano, o MEC prevê que em
2005 já seja possível começar a
implantar centros e programas da
universidade. Em São Paulo já
existem duas universidades federais: a UFSCar (São Carlos) e a
Unifesp (São Paulo).
A proposta é criar a universidade com três centros -tecnologia
e indústria, educação e ciências
sociais. A meta é oferecer 20 mil
vagas em cursos de graduação em
que o aluno tem parte das aulas
no local e o restante a distância.
Também seriam oferecidos cursos de mestrado (2.500 vagas) e de
doutorado (mil vagas) nas mesmas áreas da graduação.
Os custos para manter a instituição ainda estão sendo levantados, mas Tarso Genro diz que não
seriam altos. A proposta de criação da universidade faz parte do
projeto de expansão da rede pública de ensino superior.
"Pensamento elitista"
Tarso classificou ontem de
"pensamento elitista" e de "arroubos intelectuais" as críticas ao
projeto do governo de reserva de
50% das vagas em instituições federais de ensino superior para
alunos da rede pública.
Afirmou que trabalhará para o
percentual não ser modificado
nas discussões dos parlamentares. "Mas, se a maioria chegar a
45%, por exemplo, não somos militantes do "não'", disse Tarso.
"Há um pensamento elitista,
classificado de esquerda, que vê a
universidade pública como um
núcleo intocável. Esse pensamento casa com a visão elitista de que
a pública também deveria ser paga por uma parcela de alunos."
Proposta a ser enviada pelo governo federal ao Congresso prevê
cotas de, pelo menos, metade das
vagas nas federais para alunos
que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas
públicas. Entre essas vagas estão
cotas para negros e índios.
O projeto foi recebido com ressalvas por reitores. Ana Lúcia
Gazzola, presidente da Andifes
(associação de reitores de universidades federais), não é favorável
à idéia de o governo determinar o
número de vagas das cotas.
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