DA REPORTAGEM LOCAL

O governo José Serra (PSDB) planeja fazer mudanças no bilhete único, projeto da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) que completou ontem um ano de implantação.
Os estudos da gestão tucana visam principalmente reduzir as fraudes e a perda de receita do sistema de ônibus e lotações. Entre as mudanças cogitadas estão a identificação nominal obrigatória de todos os cartões inteligentes e a existência de regras diferenciadas para os vales-transporte.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, disse que os técnicos planejam "a correção de algumas fragilidades", mas não quis detalhar as alterações nem dar algum tipo de prazo.
Bussinger afirma que as fraudes e a evasão de receita podem representar entre R$ 5 milhões e R$ 20 milhões por mês na arrecadação do sistema -até 8% da receita total-, segundo projeções da prefeitura e de empresários.
Nas estimativas, diz ele, estão todas as formas de burlar as regras -como usuários que não passam nas catracas, com a conivência de cobradores, a falsificação de documentos de identificação que dão isenção da cobrança e a utilização de um mesmo bilhete único por mais de um passageiro no intervalo de duas horas.
Conforme publicou a Folha anteontem, há mais de 25 mil viagens diárias registradas de cartões do bilhete único que fazem cinco ou mais integrações gratuitas nesse período. Elas estão sob suspeita porque técnicos avaliam que dificilmente um usuário comum precisaria pegar essa quantidade de ônibus e lotações para se deslocar de um ponto ao outro da cidade. Somente esse tipo de fraude significaria mais de R$ 15 milhões/ano.
Bussinger também afirmou que as baldeações gratuitas dos cartões do vale-transporte, somente em abril, atingiram 16,5 milhões de viagens, o que equivalem a R$ 33 milhões. Esse valor, na sua avaliação, é uma isenção aos empregadores (que economizam com a condução dos empregados).


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