São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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PM deveria coibir violência na formação, diz socióloga

DA SUCURSAL DO RIO

A socióloga Silvia Ramos, pesquisadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania) da Universidade Cândido Mendes considerou "chocante" ver que a Polícia Militar do Rio não promove uma "campanha sistemática" contra a violência policial. A Folha mostrou em reportagem da edição de ontem que o abuso de força letal pela polícia é tolerado por instrutores na formação de PMs.
As polícias do Estado do Rio mataram 1.330 pessoas em confronto em 2007; 151 policiais foram assassinados, em serviço ou de folga, no ano. "É ruim ver que a tolerância à violência já se encontra na formação, [...] que não há uma campanha sistemática de contrapor a cultura das ruas. A escola é o lugar onde se superam as deformações", diz a socióloga.
O coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, identifica grandes diferenças entre a escola e as ruas. "O drama é quando o descompasso entre a escola e a "pista" [ruas] é grande demais", afirmou.
José Vicente da Silva Filho, hoje diretor do Instituto Pró-Polícia, afirmou que "é absurdo" um policial ser formado com apenas 40 tiros de pistola, 40 tiros de revólver calibre 38 e 40 de fuzil, como acontece na formação da PM no Rio.
"É o fim do mundo. Ninguém conhece uma arma com menos de 200 tiros, não se prepara adequadamente ninguém com 40 tiros", afirmou o coronel.
Para o presidente da AMAE (Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas), tenente PM Melquisedec Nascimento, por esse motivo "o Estado é o maior culpado quando há um inocente ferido, porque não prepara seus policiais".


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