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PM deveria
coibir violência
na formação,
diz socióloga
DA SUCURSAL DO RIO
A socióloga Silvia Ramos,
pesquisadora do Cesec (Centro
de Estudos de Segurança e Cidadania) da Universidade Cândido Mendes considerou "chocante" ver que a Polícia Militar
do Rio não promove uma "campanha sistemática" contra a
violência policial. A Folha
mostrou em reportagem da
edição de ontem que o abuso
de força letal pela polícia é tolerado por instrutores na formação de PMs.
As polícias do Estado do Rio
mataram 1.330 pessoas em
confronto em 2007; 151 policiais foram assassinados, em
serviço ou de folga, no ano. "É
ruim ver que a tolerância à violência já se encontra na formação, [...] que não há uma campanha sistemática de contrapor a cultura das ruas. A escola
é o lugar onde se superam as
deformações", diz a socióloga.
O coronel da reserva da PM
de São Paulo José Vicente da
Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública,
identifica grandes diferenças
entre a escola e as ruas. "O drama é quando o descompasso
entre a escola e a "pista" [ruas] é
grande demais", afirmou.
José Vicente da Silva Filho,
hoje diretor do Instituto Pró-Polícia, afirmou que "é absurdo" um policial ser formado
com apenas 40 tiros de pistola,
40 tiros de revólver calibre 38 e
40 de fuzil, como acontece na
formação da PM no Rio.
"É o fim do mundo. Ninguém
conhece uma arma com menos
de 200 tiros, não se prepara
adequadamente ninguém com
40 tiros", afirmou o coronel.
Para o presidente da AMAE
(Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas), tenente PM Melquisedec Nascimento, por esse motivo "o Estado é
o maior culpado quando há um
inocente ferido, porque não
prepara seus policiais".
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