São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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Com PIB per capita 2 vezes maior que o de SP, Holambra terá ajuda

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre os municípios de São Paulo escolhidos para receber ajuda pelo PDE, está Holambra, estância turística na região de Campinas colonizada por holandeses e conhecida pelo cultivo de flores. Apesar do PIB per capita de R$ 38.725 -mais que o dobro do estadual e o triplo do nacional, segundo o IBGE- a cidade foi selecionada para o programa pela nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Se fossem escolhidos apenas os mil municípios com menores notas, não haveria nenhum em São Paulo. O MEC resolveu, então, incluir as cidades com piores notas em cada Estado. Em São Paulo, foram escolhidas 16. "Holambra está na lista por acidente", afirma a coordenadora de Pedagogia da Unicamp, Ângela Faligo.
Para ela, fatores como qualidade de vida, violência e orçamento municipal deveriam ser considerados. "Criou-se esta febre de avaliação cujos instrumentos nem sequer são muito bons e passam a ser referenciais absolutos", diz. "Quase todos os municípios vizinhos precisavam mais."
O prefeito de Holambra, Celso Capato (DEM), afirma que aderiu ao PDE em junho, assim que técnicos do MEC visitaram a cidade. Segundo ele, até agora, o município não sabe quanto vai receber em dinheiro.
"Acho até que algum município devia ter uma nota mais baixa que a nossa, mas tem que ver se quiseram fazer parte do PDE porque precisa haver compromissos", diz Capato, listando medidas de capacitação, reforma e compra de material.
Holambra tem quatro escolas de 1ª a 4ª série e uma de 5ª a 8ª, a Parque dos Príncipes, onde estudaram os alunos que fizeram a Prova Brasil em 2005. A unidade, que tem 900 alunos, entrou no PDE Escola e vai receber uma verba específica.
A Parque dos Príncipes tem reproduções de quadros famosos nas paredes, mesa de pebolim, quadra e salas organizadas. Alguns alunos não sabem dizer o que falta. "Cobrir a quadra", sugere Naira Cristina Mariano, 13. Paulo da Silva Ferreira, 14, que chegou este ano de Taiobeiras (MG), tem outras idéias. "Falta computador e uma biblioteca. Na minha antiga escola tinha", afirma.


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